É
sempre uma alegria receber pessoas como o Sr. Asséde Paiva aqui no Benficanet.
Ele que nasceu em Rosário de Minas, chegou a morar em Benfica quando menino e
hoje amante das palavras, registra suas lembranças, experiências e até mesmo
desejos em livros, contos e textos, alguns deles compartilhados no espaço "Recordar
é Viver" aqui no site.
Uma pessoa bastante agradável e cheio de assunto, muito interessado em
encaixar as peças de nossa história, antepassados, recompor lembranças,
registrando tudo para que nada fique no esquecimento. Sr. Asséde esteve aqui no
dia 12 de março, nos acompanhou num almoço regrado a um bom bate papo e, mesmo
que em tempo curto, é sempre uma honra a sua presença. Uma pessoa muito especial
que demonstra imenso respeito por nosso trabalho.
Sr. Asséde não esconde as boas recordações e nem o carinho por nossa
região. Percebemos isso lendo as histórias que ele escreve como em
R E M I N I S C Ê N C I A S - Benfica
1952, onde conta sobre sua vinda para Benfica, ainda bem jovem, na
época em que frequentava o cineminha da FEEA, se lembrando de amigos
inesquecíveis e de detalhes do local como a fazenda dos Barbosa...
A memória histórica da terra natal que podemos conferir em
UM LUGAR MUITO ESPECIAL - Rosário de Minas, contagiante por nos levar
a uma viagem no tempo e que emociona por tratar de um lugarzinho tão distante,
que denomina de seu "berço, Rosário"... Lembranças de festas, personagens do
lugarejo, momentos não muito agradáveis, amores e desamores, tudo muito bem
guardado no coração.
Em
Falemos de Chapéu D’Uvas, Sr. Asséde usa o ensinamento de Mario
Quintana: "O tempo não passa! Só a saudade é que faz as coisas pararem no
tempo", e revela em seu texto beldades "chapéuduvenses", com riqueza de
detalhes ao se recordar de vários nomes e famílias daquele lugar, que floresceu
no século XVIII, com o nome de Chapéu d’Uvas. Chegou a ser elevado a paróquia,
em 1764, com o título de Nossa Senhora da Assunção do Engenho do Mato, no "lugar
de Chapéu d'Uvas". Era, entretanto, designado comumente como Engenho do Mato.
Amor
e preocupação pelo nosso
Paraibuna, num apelo que mostra o desabafo de um Rio que sem
florestas, sem ramagem lateral, sem remansos piscosos, vai emagrecendo,
afinando, quase rastejando. Sua lâmina d’água bem menor, bem menos do que era.
Outrora, rio grande, hoje pequenino... "Ah! os percalços da vida de um rio
maltratado... Fiquem sabendo, escrevam, meditem, abracem-me novamente... por
favor, ajam, antes que seja tarde demais! Sou vida; se eu morrer, vocês
lamentarão e vão sofrer e morrer também. Continuarei a caminhar, pois sei
contornar os obstáculos, no eterno fluir do tempo." Vale a pena conferir!
Citamos apenas alguns de tantos belos textos com palavras tão bem
atribuídas, por um escritor que decidiu não guardar apenas pra si a riqueza e o
valor dessas histórias. Parabéns Sr. Asséde e agradecemos pela dedicação!