Preliminarmente, Paula Lima, ontem, era Chapéu
D’Uvas, hoje. Pertencem ao município de Juiz de Fora. O lugar
floresceu no século XVIII, com o nome de Chapéu D’Uvas. Chegou a
ser elevado a paróquia, em 1764, com o título de Nossa Senhora
da Assunção do Engenho do Mato, “no lugar de Chapéu D’Uvas”.
Era, entretanto, designado comumente como Engenho do Mato.
Saint-Hilaire, ao visitar o arraial de Chapéu D’Uvas registrou:
“A paróquia de Chapéu D’Uvas, também denominada “Nossa Senhora
da Assunção do Engenho do Mato...” (Viagem pelas Províncias do
Rio de Janeiro e Minas). Ao que parece, depois que o Caminho
Novo para o Rio de Janeiro passou a ser preferido e mais
movimentado, o arraial entrou em decadência e perdeu a regalia
de sede da paróquia. Esta só foi criada novamente com a lei n.
2.921, de 26 de novembro de 1882, com o título de Nossa Senhora
do Rosário de Chapéu D’Uvas. Teve sua instituição canônica em 12
de novembro de 1884; o primeiro vigário foi Pe. Antônio Cabrese.
(Con. Trindade). A denominação de Chapéu D’Uvas, anterior à
criação da primeira paróquia, em 1764, das mais tradicionais de
Minas, foi mudada para Paula Lima pelo decreto n. 442, de 24 de
março de 1891. (In Dicionário histórico e geográfico de Minas
Gerais, p.351).
“A localidade mais notável que se encontra entre Antônio Moreira
e Retiro é Chapéu D’Uvas... a espécie de oásis que acabo de
descrever se acha rodeada por imensas florestas. Essa localidade
respira calma encantadora”. Saint-Hilaire, Viagem à Província de
RJ e MG, p.103, Fundação Biblioteca Nacional (FBN) IV-356,5,13.
Engenho de Chapéu D’Uvas ou Engenho do Mato: engenho mais uma
pequena igreja com 13 casas, in João Emanuel Pohl, FBN 406,7-20,
p.192.
P. 116 (talvez doc. da antiga EFCB/RFFSA, hoje MRS; Chapéu
D’Uvas — km 303.211
Alteração de Chapetuva: xa, ver; pé, caminho; uva, água parada —
caminho visto no pântano. A região foi outrora um extenso
tremedal, um atoleiro enorme. É uma pequena povoação; está à
direita, a indefectível capella [de são José]. A estação serve
ao distrito de Paula Lima (sede, a 3 km, a nordeste, a que está
ligada por uma regular estrada de rodagem. Prosseguindo, o trem
atravessa pela última vez o Parahybuna (ponte de Chapéu D’Uvas,
de 24, 25m (km 303.289), enveredando, agora na direção norte,
pelo tortuoso vale do ribeirão Tabões, várias vezes (sete)...
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A freguesia de Chapéu D’Uvas compreende também o distrito de
João Gomes, que na parte civil pertence ao Município de
Barbacena, p. 72, in Noções geográficas e administrativas de MG
Chapéo D’Uvas, por sua vez pertencia ao município de Parahybuna
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Em Corografia histórica da Província de MG, p. 103, de Cunha
Matos:
Engenho do Mato. Grande distrito paroquial em que, até ao
presente, se não levantou arraial algum, existindo junto à
igreja matriz, a pouca distância da margem direita do córrego do
Chapéo D'Uvas, só duas boas casas; e um pouco mais ao sul, o
grande engenho de cana que deu o nome ao mesmo distrito. A
igreja dista do Rio de Janeiro 45 léguas, e da cidade de Ouro
Preto 33 sobre a estrada da capital do Império para Barbacena. O
distrito próprio do Engenho do Mato dista 11 léguas da cabeça do
termo. Tem 83 fogos e 657 almas. Dependem deste grande distrito,
os pequenos que se seguem: Arraial de Antônio Moreira; Arraial
de Formoso; Dito de São Miguel e Almas...
Chapéu D’Uvas... É assim chamado por causa de um velho
cultivador de parreiras que permita aos sedentos encher o chapéu
de cachos de uva. In Richard Burton: Viagem do Rio de Janeiro a
Morro Velho; IV298-7-2, p.66.
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Para saber muito mais:
Páginas 499-512, in Album do Município de Juiz de Fora, por
Albino Esteves, 1913.
BURTON, Richard F. Viagens ao planalto do Brasil, (1868).
Brasiliana. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1941, pp. 120-1.
POHL, Johann B. Emanuel. Viagem no interior do Brasil. Rio de
Janeiro: INL, 1951. |