|
|
por Asséde Paiva
(rosarense), bacharel em
Direito e Administrador. Autor de Organização de
cooperativas de consumo (premiado no IX Congresso Brasileiro
de Cooperativismo, em Brasília); Brumas da história do
Brasil. RIHGB nº 417, out./dez. 2002; Possessão, São Paulo:
Ícone Editora, 1995; O espírito milenar, Goiânia: Editora
Paulo de Tarso, s.d. Trabalhou na CSN 35 anos.
|
CONFIRA
OUTRAS
POSTAGENS DE |
|
|
|
................................................................................................................................................................... |
V A I V É M D A V I D A
Dedicado a Toninho e a amigos de todos os tempos
Asséde Paiva & Geraldinho (dez. 2014) |
|
2986 acessos. |
|
|
|
0
Deus por favor me ajude
a expressar meu amor
em versos pouco rimados
sem métrica e sem valor
falarei dos vaivéns da vida
onde acabei vencedor
1
Ó tempo devorador
impassível ele passou
não mais que de repente
o peso dos anos chegou
trago em minha mente
bom momento que ficou
2
Sim estou ficando velho
não tenho que reclamar
afinal foi tudo tão rápido
nem vi a curva findar
como tudo é passageiro
deixo a vida caminhar
3
Nasci em berço humilde
lá em Rosário de Minas
depois mudei de lugar
Paula Lima das meninas
os amigos proseavam
nas vendas das esquinas
4
Chapéu D’Uvas, Benfica
no centro de Juiz de Fora
meu Deus como esquecer
das escolas mundo afora
Granbery colegas de classe
companheiros toda hora
5
De repente Volta Redonda
comecei a trabalhar
na Siderúrgica Nacional
a princesinha do lugar
nela dediquei minha vida
ali construí meu lar
6
Cheguei a posto importante
de chefia a presidente
de uma empresa controlada
da CSN sempre presente
lutei sem dar bobeira
alcancei grande patente |
7
O caminho foi tão difícil
que percebi a dureza
agora perto do fim
já me falta fortaleza
sinto o peso da vida
chegar como sobremesa
8
Quando viajo de ônibus
alguém me dá seu lugar
eu me sento e acomodo
e começo a matutar
pelas agruras que passei
o assento vai me agradar
9
Penso nos fatos passados
contracorrente remar
não estou com medo não
isto é página pra virar
se meu horizonte é curto
só meu Deus pode julgar
10
Terei revalidação de vida
ou vão puxar a minha ficha
não tenho receio de nada
a escuridão é micha
Deus é luz está comigo
sou do bem não temo rixa
11
Vou algum dia bater
um papo com o Senhor
chefe de tudo e de todos
Supremo bem criador
quando tudo está perdido
Ele é nosso salvador
12
Quero ouvir a voz de Deus
sorrindo me consolar
meu filho quando a vida
pesava a te machucar
carregava-te em meus braços
não deixava tropeçar
13
Peço licença desde já
perguntar de boa maneira
por que sofremos tanto
no físico e na leseira
Eu sei muito bem
onde a casa tem goteira |
14
Voltei a Juiz de Fora
pra rever minha cidade
nos dias 13, 14 e 15
senti minha liberdade
setembro de 2014
ano da felicidade
15
Era os 125 do “G de ouro”
o colégio da minha vida
foi muito bom ter voltado
na minha terra querida
reencontrei vários amigos
da infância adormecida
16
Toninho T. de Carvalho
me viu me reconheceu
encontrei-o em sua casa
lá no bairro São Mateus
não podíamos conversar
porque Toninho adoeceu
17
Foi emocionante revermos
no outono da vida
Antônio e a esposa Áurea
agradável e mui amiga
ah grande acolhimento
Eles me deram guarida
18
Aproveitei pra relembrar
que era o segundo café
o primeiro na fazenda
em chapéu D’Uvas no pé
preparado por dona Helena
esposa do tenente José
19
Quanto pó de saudade
levantou nossas risadas
Deus lhe abençoe Toninho
amigo de horas passadas
que a paz seja contigo
saúde nas caminhadas
20
Relembro da falseta
que eu e Itamar Zacarrão
aprontamos a Toninho
em certa ocasião
demos-lhe vinho e cachaça
tirados de garrafão |
21
Ele ficou “de fogo”
estava caçando “indaca”
ao correio nós o levamos
e a família na estaca
tomou uma coça de relho
que lhe curou a ressaca
22
Bem que ele tentou
abicicletar me deu a mão
mas eu desequilibrava
na reta caía ao chão
ele então desistiu
duas rodas não vai dar não
23
Na hora da despedida
abraçamos com ardor
Toninho me deu um livro
de sua filha um primor
eu saí quase chorando
por meu amigo em dor
24
Arnaldo Mendes dos Santos
morador uberabense
amigo e colega de quarto
no internato Granberyense
chorou como criança
a ver minha presença
25
Ele disse amigo Asséde
Ver você em “nossa casa”
se aqui tu não viesse
eu depressa embarcava
ia para Volta Redonda
até de avião voava
26
Sei que faria isto
porque veio de Uberaba
relembramos brincadeiras
dando travesseirada
também fazíamos chicotes
com a toalha molhada
27
Dona Marta guardiã
chefe do dormitório
nos tratava com rigor
como num reformatório
tínhamos de comportar
ou falar no parlatório
28
Revi Affonso Prates
colega do ginasial
só tirava nota dez
nos testes nunca ia mal
cérebro privilegiado
para ele tudo normal |
29
Em Mariano Procópio
bairro de Juiz de Fora
passeava com Norminha
lembrando tempos de outrora
No Grupo Antônio Carlos
bateu forte a memória
30
A portaria era a mesma
entrei fiquei diferente
falei com a secretária
lembrança não sai da mente
moça estudei aqui
hoje me faço presente
31
Foi no ano de 45
eu me lembro muito bem
de tudo que se passou
da importância que tem
terminou a segunda guerra
só veio nos trazer o bem
32
A guerra mundial
depois que acabou
as aulas foram suspensas
a diretora discursou
e a bandeira da paz
lá no mastro tremulou
33
As brumas da memória
não me fizeram esquecer
que na hora do recreio
eu gostava era de ler
enquanto meus colegas
buscavam espairecer
34
Rosa Ladeira Halfeld
nossa linda professorinha
me pôs entre aprovados
quarenta na listinha
como dói o coração
ao lembrar duma coisinha
35
Meu colega Dirceu
Sobrenome Pinto Ribeiro
se tornou vitorioso
homem de lei por inteiro
Né que recordou de mim
quanta honra prum mineiro
36
Com o Dirceu falei
por carta e telefone
vamos almoçar juntos
de falar nos temos fome
juntaremos outros tantos
Chamaremos pelo nome |
37
Depois de nossa convivência
no 4º ano do primário
nunca mais nos encontramos
contem no calendário
de 1945-2014
quase 70 anos lendário
38
Amigos e amigas do peito
o que eu queria escrever
é que amizade de verdade
não deve desaparecer
e como a noite se vai
e o dia amanhecer
39
Com Alessandra Patrícia
e Sander companheiro
almocei com eles dois
num restaurante mineiro
relembrando o passado
que foi justo e maneiro
40
à Alessandra Patrícia
moça bela inteligente
gere benficanet.com
onde dá expediente
muito obrigado querida
sou lido por muita gente
41
Amizade bem precioso
difícil de se ganhar
ela não é vendida
dinheiro não a pode comprar
amizade acontece
sem precisar alugar
42
O vaivém da sorte
me levou ao blog do bem
é o Benficanet
que publica outros também
Alessandra e Sander
São amigos meus amém
43
Tem 90 anos de idade
querida tia Olívia
aproveitei pra visitá-la
há muito tempo não a via
foi o melhor presente
que tive naquele dia
44
Eu contei o que queria
já estou indo embora
oriente eterno me espera
que é chegada a hora
vou pra Volta Redonda
adeus minha Juiz de Fora |
|
|
Texto publicado no Benficanet em
30/12/2014
|
Comentários:
Alessandra / Sander - Benfica - Juiz de Fora - MG - 30/12/2014
Por demais felizes ficamos, ao sermos mencionados em seus versos, Sr.
Asséde. Com certeza amizade verdadeira não se acaba e somos bastante
gratos em tê-lo conhecido e tão simplesmente se tornado nosso amigo.
Agradecemos também sua dedicação ao Benficanet e pelo carinho
demonstrado ao nosso trabalho. Deus o abençoe sempre! Um forte Abraço! |
|
|
Comente! |
|
|
topo |