Fonte: Tribuna de Minas
https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/31-07-2018/policia-militar-confirma-reforco-com-16-bases-moveis-em-juiz-de-fora.html
Por Sandra Zanella
31/07/2018 às 20h15 - Atualizada 31/07/2018 às 20h42
Dezesseis bases móveis comunitárias
serão espalhadas por toda Juiz de Fora para reforçar o policiamento em
pontos considerados estratégicos e de grande fluxo. O anúncio foi feito na
manhã desta terça-feira (31) pelo comandante da 4ª Região da Polícia
Militar, coronel Alexandre Nocelli. Em debate na Rádio CBN sobre segurança
pública, ele utilizou o termo “fake news” para definir as informações que
circularam pela cidade recentemente sobre o possível fechamento dos postos
policiais dos bairros São Mateus, na Zona Sul, e Benfica, na região Norte.
Os boatos surgiram exatamente após o Governo de Minas lançar a expansão do
projeto das bases móveis, e, em Benfica, os moradores chegaram a fazer um
abaixo-assinado pela permanência do posto fixo que integra as ações do
programa “Ambiente de paz”, na Praça Jeremias Garcia.
“Essa fake news de que vão fechar os postos é
desprovida de qualquer elemento fático. Não vamos fechar. Não fazemos nada
para diminuir nossa potencialidade. Pelo contrário, queremos otimizar a
questão do policiamento. O programa estadual da base de segurança
comunitária foi precedido de um estudo técnico aprofundado e visa a
aproximar a instituição da comunidade. A diferença dessas bases é o aporte
tecnológico. É um veículo, com toda estrutura acoplada. Além de registrar
ocorrências e termos circunstanciados, tem interface com o Olho Vivo: o
policial que estará dentro desta base observará câmeras do entorno onde
estiver posicionado. É uma série de ingredientes que vem agregar o
policiamento”, afirmou o coronel.
O comandante revelou alguns locais que receberão as bases móveis, divididas
entre o 2º e o 27º batalhões, além do esquema de funcionamento, previsto
para acontecer das 14h às 23h. O efetivo será composto por quatro militares,
e dois deles circularão em motos pelas áreas em rotinas de patrulhamento.
Cada uma das sete regiões do município deverá contar com pelo menos duas
unidades. No Centro, os veículos estarão no Parque Halfeld e próximos às
praças do Riachuelo e Antônio Carlos. Na Zona Sul, nos bairros São Mateus e
Alto dos Passos, mais precisamente na praça do trevo do Bom Pastor.
A praça de Benfica e a parte da Avenida JK que corta
o Francisco Bernardino serão os pontos da Zona Norte. A Avenida
Presidente Costa e Silva, no São Pedro, e as imediações do Independência
Shopping também estão entre as áreas estratégicas. Na região Sudeste, o
modelo de policiamento comunitário deverá ser implantado na Vila Olavo Costa
e no Vitorino Braga, este já próximo à Zona Leste. A Avenida Juiz de Fora,
no trecho entre o Granjas Bethânia e o Grama, também é apontada, assim como
o Mariano Procópio, para beneficiar a Zona Nordeste.
Apesar de garantir já ter sido realizado o estudo de onde as bases deverão
ser instaladas, levando em consideração indicadores de crimes violentos e
grande fluxo de pessoas e veículos, o coronel preferiu não detalhar todos os
locais porque poderão acontecer mudanças. Ele também informou não haver
previsão para a chegada das bases móveis e o começo das atividades.
“O pessoal de Belo Horizonte esteve aqui e passou em cada ponto que vamos
colocar a base. A praça de Benfica é um local importante e estratégico em
termos de segurança pública, como o São Mateus e o Parque Halfeld.”
Em meio à polêmica de que o novo modelo
colocaria fim aos postos territoriais, o comandante ponderou que ocorrerão
ajustes para conciliar os dois equipamentos: “Temos
recursos, principalmente humanos, finitos. Não posso deixar um posto em
Benfica e colocar uma base a 500m na Rua Martins Barbosa, gastando mais oito
policiais. Seria incoerente. Vamos colocar a base na praça, onde há o
Ambiente de Paz. Após as 23h, ela será recolhida, e o posto continua
trabalhando. E assim vai ser no São Mateus. Em nenhum momento tivemos a
ideia de fechar os postos. Seria um desserviço para a cidade. A comunidade
pode ficar tranquila. Mas não vamos criar mais postos. Não temos condições
estruturais para isso. Os locais desprovidos de policiamento mais ostensivo
vão ter as bases.”
Questionado sobre a possibilidade de os criminosos aproveitarem o horário
pré-determinado das bases móveis para agirem antes ou depois, o coronel
Nocelli rebateu: “A base agrega a questão da tecnologia tão importante à
atividade policial. Mas não vai ser exclusiva. As viaturas de rádio
patrulhamento, de prevenção ativa, os táticos móveis e os grupos
especializados continuam. Temos uma gama de atividades policiais nas ruas
que não vão parar, à disposição da comunidade. Recebemos cerca de 60 mil
ligações por dia no 190. A demanda é muito considerável.”
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