Matéria Especial
BENFICA E O CENSO
por VANDERLEI TOMAZ - 25/03/2014

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Recente edição do jornal Tribuna de Minas, trouxe importante matéria com um diagnóstico de Juiz de Fora a partir do resultado do Censo 2010. O texto surpreende ao informar que Benfica possui a maior população das regiões do município. Maior até que a do centro e São Mateus.

Os dados censitários baseiam-se na divisão de Juiz de Fora em 81 regiões urbanas. A Região Urbana de Benfica tem início na Imbel (inclusive) e termina na Ponte Preta (inclusive), e conta com 23045 habitantes, acusando um crescimento de 27% no espaço de 10 anos.

Ao mesmo tempo que entusiasma, isso desperta preocupação para o administrador público. O crescimento ordenado onde a população cresce na medida em que avançam as ofertas de serviços essenciais e com qualidade na saúde, educação, saneamento, segurança, lazer, moradia e transporte coletivo, será sempre bem-vindo. Do contrário, teme-se pela explosão populacional sem planejamento do solo urbano, trazendo ocupações em áreas de risco, além de acarretar desordem nos serviços de saúde, falta de vagas nas escolas públicas, desemprego, maior demanda de assistência social, violência e piora no transporte urbano.

Observamos grande mudança no cenário econômico. Há forte expectativa com a chegada de novas empresas. Algumas em fase de conclusão, outras definindo áreas de construção e existentes expandindo. Sabe-se que o Distrito Industrial, até há pouco tempo com enormes vazios, hoje é plenamente ocupado, e novos parques começam a ser planejados para os futuros investidores.

Benfica, como bairro que polariza a região norte, já sente o impacto do crescimento. Vê-se um impiedoso aumento dos aluguéis e nos valores dos imóveis. Curioso observar que casas que serviam como residências de famílias locais, hoje servem de moradia para 10, 15, 20 trabalhadores de diferentes estados brasileiros. E não são poucas as casas que se transformaram em república operária. Acredito que muitos desses operários permanecerão em Juiz de Fora, e trarão suas famílias, a exemplo do que aconteceu quando da instalação da antiga Siderúrgica Mendes Júnior. Naquela ocasião, muitos funcionários da Construtora, admitidos pela Siderúrgica, escolheram Benfica e bairros vizinhos para residência e lá estão até hoje, mesmo depois de aposentados.

O termômetro desse avanço já pode ser visto no trânsito local: no meio da manhã é impossível encontrar vaga para estacionar no centro de Benfica. No início da manhã (bairro-centro) e final da tarde (centro-bairro), os ônibus que atendem a região nunca andaram tão cheios. Duas das principais ruas de Benfica (Martins Barbosa e Marília) já têm um movimento de carros e pedestres muito parecido com o de alguma rua do centro da cidade. As cinco (isso mesmo: cinco!) agências bancárias existentes em Benfica revelam um movimento que se assemelha com as do centro. Os mais de dez (!!) hotéis e pousadas do lugar mostram uma Benfica como uma cidade de médio porte.
São sintomas irreversíveis do desenvolvimento que já não está à porta, pois já entrou na sala. É preciso estar preparado não mais para recebê-lo, mas para mantê-lo em harmonia!

A imagem abaixo é de um dos maiores orgulhos de Benfica. O nosso Centro Cultural.

 
  
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