Recente edição do jornal Tribuna de Minas, trouxe importante matéria com
um diagnóstico de Juiz de Fora a partir do resultado do Censo 2010. O
texto surpreende ao informar que Benfica possui a maior população das
regiões do município. Maior até que a do centro e São Mateus.
Os dados censitários baseiam-se na divisão de Juiz de Fora em 81 regiões
urbanas. A Região Urbana de Benfica tem início na Imbel (inclusive) e
termina na Ponte Preta (inclusive), e conta com 23045 habitantes,
acusando um crescimento de 27% no espaço de 10 anos.
Ao mesmo tempo que entusiasma, isso desperta preocupação para o
administrador público. O crescimento ordenado onde a população cresce na
medida em que avançam as ofertas de serviços essenciais e com qualidade
na saúde, educação, saneamento, segurança, lazer, moradia e transporte
coletivo, será sempre bem-vindo. Do contrário, teme-se pela explosão
populacional sem planejamento do solo urbano, trazendo ocupações em
áreas de risco, além de acarretar desordem nos serviços de saúde, falta
de vagas nas escolas públicas, desemprego, maior demanda de assistência
social, violência e piora no transporte urbano.
Observamos grande mudança no cenário econômico. Há forte expectativa com
a chegada de novas empresas. Algumas em fase de conclusão, outras
definindo áreas de construção e existentes expandindo. Sabe-se que o
Distrito Industrial, até há pouco tempo com enormes vazios, hoje é
plenamente ocupado, e novos parques começam a ser planejados para os
futuros investidores.
Benfica, como bairro que polariza a região norte, já sente o impacto do
crescimento. Vê-se um impiedoso aumento dos aluguéis e nos valores dos
imóveis. Curioso observar que casas que serviam como residências de
famílias locais, hoje servem de moradia para 10, 15, 20 trabalhadores de
diferentes estados brasileiros. E não são poucas as casas que se
transformaram em república operária. Acredito que muitos desses
operários permanecerão em Juiz de Fora, e trarão suas famílias, a
exemplo do que aconteceu quando da instalação da antiga Siderúrgica
Mendes Júnior. Naquela ocasião, muitos funcionários da Construtora,
admitidos pela Siderúrgica, escolheram Benfica e bairros vizinhos para
residência e lá estão até hoje, mesmo depois de aposentados.
O termômetro desse avanço já pode ser visto no trânsito local: no meio
da manhã é impossível encontrar vaga para estacionar no centro de
Benfica. No início da manhã (bairro-centro) e final da tarde
(centro-bairro), os ônibus que atendem a região nunca andaram tão
cheios. Duas das principais ruas de Benfica (Martins Barbosa e Marília)
já têm um movimento de carros e pedestres muito parecido com o de alguma
rua do centro da cidade. As cinco (isso mesmo: cinco!) agências
bancárias existentes em Benfica revelam um movimento que se assemelha
com as do centro. Os mais de dez (!!) hotéis e pousadas do lugar mostram
uma Benfica como uma cidade de médio porte.
São sintomas irreversíveis do desenvolvimento que já não está à porta,
pois já entrou na sala. É preciso estar preparado não mais para
recebê-lo, mas para mantê-lo em harmonia!
A imagem abaixo é de um dos maiores orgulhos de Benfica. O nosso
Centro Cultural.