Na última quarta (25/06), o Conselho Municipal de Saúde se reuniu para
deliberar sobre a gestão das UPAs no município, pois de acordo com a
resolução 388/2013, deveria ser "exclusivamente pública" a partir desta
quinta (26/06). O Secretário de Saúde, José Laerte, e a subsecretária da
Urgência e Emergência, Adriana Fagundes, fizeram a exposição acerca da
retomada da gestão e operacionalização das UPAs, alegando que tendo em
vista a "economicidade", o atual modelo é mais viável aos cofres do
município. No entanto, Gilson Salomão, presidente do Sindicato dos
Médicos, ressaltou que, na verdade, existem muitos problemas sobre a
precarização do trabalho dos profissionais nestas unidades e que,
inclusive, existe uma ação na justiça, movida tanto pela sua entidade
quanto pelo Sindicato dos Servidores (Sinserpu), contra a
"terceirização" destes serviços. O médico criticou a prefeitura de Juiz
de Fora por não ter tomado qualquer providência em direção ao
cumprimento da resolução. Já o representante dos Sindicatos dos
Servidores, Paulo Azarias, reforçou a questão dos baixos salários
praticados, principalmente com relação aos profissionais de enfermagem,
e também sobre a procedência dos parâmetros de viabilidade financeira
apresentados pela prefeitura. Tendo em vista obter mais detalhes, pediu
"vistas" da matéria em deliberação, o que acabou encerrando o debate.
O Conselho Local de Saúde (CLS) de Benfica estava presente e pretendia
apresentar denúncias sobre o funcionamento da UPA Norte. Esta é a
unidade com maior volume de atendimento, superando dez mil usuários por
mês. No entanto, enfrenta problemas com ausências frequentes nos
plantões médicos, profissionais não experientes atuando na equipe e até
falta de materiais de limpeza e hotelaria. "Não adianta ter um
atendimento economicamente viável para a prefeitura e humanamente
inviável para a população. Não se pode discutir a manutenção deste
modelo somente sob o ponto de vista financeiro e este debate tem que ser
ampliado. O fato é que após um ano, a resolução do Conselho Municipal
não vai ser cumprida", argumenta Aline Junqueira, representante do CLS
de Benfica.