Um belo trabalho da jornalista e pesquisadora Rita
Couto, onde a história da Cidade Alta e dos 154 anos de imigração
germânica para Juiz de Fora, foi exposta através de fotografias,
quadros, documentos, livros e imagens que garimpou ao longo dos anos.
A exposição "São Pedro Alemão", aconteceu entre os dias 29 de junho e 01
de julho deste ano, no adro da Igreja Matriz de São Pedro. A mostra fez
parte da programação da 119ª Festa de São Pedro.
Para juntar o material, Rita foi de casa em casa pelos bairros da Cidade
Alta, além de ouvir relatos da população sobre a história de suas
famílias e, por consequência, a história também de Juiz de Fora. Todas
as peças, como a porta de madeira original da Capela de Santana
(construída em 1864) e a fotografia da família que construiu a pequena
igreja, além de um livro de metalurgia de 1738, em alemão, e outros
itens curiosos e históricos, pertencem aos fiéis que frequentam a
comunidade e que preservam com cuidado esses pequenos tesouros passados
por várias gerações. Rita comentou que a exposição é uma maneira de
valorizar este acervo. |
Leia texto de abertura da exposição:
Um pedacinho daqui, outro dali. Um com cor, outro meio
desbotado. Outro, ainda, já com algum rasgadinho. É assim, como uma
colcha de retalhos, que se formam as exposições São Pedro Alemão.
Em sua terceira edição, a exposição traz a você,
visitante, os pequenos tesouros de moradores da antiga Colônia Alemã,
alguns "guardados" que se complementam e, juntos, formam um todo, formam
a nossa história.
Estes objetos, ferramentas, livros e fotografias narram
a história do cotidiano das famílias alemãs e remetem à um tempo em que
as coisas eram feitas sem pressa. À mão se costuravam as roupas e com
capricho se fabricavam as mobílias e os brinquedos. Sem eletricidade, as
chamas dos lampiões iluminavam as noites e aqueciam os corações.
As compras do mês eram "penduradas" nas cadernetas de
fiado e o fermento para se fazer o pão alemão, embrulhado num pedaço de
papel, era cuidadosamente pesado numa tradicional balança de prato.
Os caminhos de terra batida de São Pedro eram
percorridos à pé, de bicicleta ou à cavalo. Às vezes um carro passava,
levantando poeira e alegrando as crianças.
As festas na igreja! Essas sim movimentavam a Colônia!
Missa festiva, procissão, leilão e banda de música. O sucesso era tanto
que muitas pessoas vinham da “cidade” para participar. Em um período,
houve até um ônibus especial, saindo do centro com destino à Festa de
São Pedro.
Além de casa de orações, a igreja também era "casa das
letras", pois em seu terreno abrigou, durante certo tempo, a primeira
escola de nosso bairro, na qual as crianças aprendiam a ler e a fazer as
contas.
São algumas dessas histórias, formadas com os "retalhos
do passado" preservados em cada família, que você poderá conhecer aqui.
Seja bem vindo à Terceira Exposição São Pedro Alemão!
Sinta-se em casa e boas recordações!
Jornalista Rita Couto.
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