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Matéria Especial |
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por Vanderlei Tomaz
Ex-vereador
(Assina a coluna
PÁGINA
DA MEMÓRIA do site Benficanet) |
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BENFICA DE MINAS QUIS SER
CIDADE
- 28/09/11 |
No dia 03 de setembro de 1963, um
grupo de moradores de Benfica, reunidos na residência do comerciante
João Ribeiro de Novaes, decidiu pela criação de uma comissão que
trataria de encaminhar proposta para a Assembléia Legislativa de
Minas Gerais desejando a transformação do lugar em mais um município
mineiro. Benfica, na ocasião, se chamava Benfica de Minas. Havia
passado à condição de distrito de Juiz de Fora um ano antes pelo
Governador Magalhães Pinto, quando este realizou a reforma
administrativa de Minas Gerais. Pela reforma, Benfica de Minas
começava no córrego Humaitá, em Francisco Bernardino, e terminava em
Paula Lima.
A Comissão Pró-Emancipação Administrativa era
presidida pelo Juiz de Paz Mariano Ribeiro de Novaes. Benfica de
Minas atendia a todas as exigências da legislação que disciplinava o
assunto. Portanto, poderia pleitear a sua emancipação. O movimento
contava com a adesão de importantes lideranças da comunidade, além
da divulgação no jornal quinzenal que circulava no bairro: O
PIONEIRO, dirigido por José Alves de Castro.
A tentativa daquele grupo não logrou êxito. Uma
forte reação foi protagonizada por políticos, empresários,
jornalistas e líderes comunitários de diversos bairros do restante
da cidade. Com isso, conseguiram convencer o então Deputado Estadual
João Navarro a apresentar projeto de lei à Assembléia Legislativa
cujo texto modificava a condição de Benfica de Minas, fazendo sua
incorporação ao distrito sede. O projeto foi aprovado e sancionada a
lei pelo Governador Israel Pinheiro em 1968. A região voltou a
receber o nome de Benfica somente, passando a ser o terceiro
sub-distrito de Juiz de Fora.
Desde então, e especialmente pelas dificuldades
que leis posteriores criaram, Benfica não oferece mais condições
legais de pleitear sua emancipação. A lei só permite a emancipação
de distrito. Benfica, desde 1968, deixou de ser distrito. Juiz de
Fora, além do distrito-sede, possui somente os distritos de
Torreões, Sarandira e Rosário de Minas.
Hoje, a área compreendida pelo então distrito de Benfica de Minas (de
Francisco Bernardino até Paula Lima), possui cinco agências
bancárias, cartório, agência dos Correios, a sede de um Batalhão da
Polícia Militar, um centro comercial com excelente diversidade de
lojas, boas escolas (públicas e particulares) que atendem do ensino
fundamental ao ensino médio, escola técnica particular e um grande
número de indústrias e prestadores de serviços que fazem com que a
região responda por mais da metade da receita tributária da cidade.
Esta região tem uma população estimada em mais de
110 mil pessoas, o que a faz maior que 821 municípios de Minas
Gerais (só existem 32 cidades em nosso estado com população superior
a 100 mil habitantes).
Curioso é que esta região, na eleição de 2008,
não elegeu sequer um vereador para uma Câmara que possui 19. Pense
bem: do viaduto da BD até a divisa com Ewbank da Câmara, nenhum
vereador eleito, mas do viaduto da BD até a divisa com Matias
Barbosa foram 19. Uma área com um colégio eleitoral capaz de eleger
metade da Câmara Municipal, fazer deputados estaduais e federais,
indicar bons nomes para vice-prefeito e ajudar a colocar um
candidato a prefeito no segundo turno e... vencê-lo. |
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HÁ MUITO TEMPO BENFICA TEM CARA DE CIDADE
- Rua Martins Barbosa (anos 70 e
em 2011) |
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BANDEIRA DE BENFICA DE MINAS
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A bandeira de
Benfica de Minas é uma criação de Vanderlei Dornelas Tomaz. Procura
apresentar as cores ligadas ao cotidiano da região. O seu fundo
laranja evoca o Rio Paraibuna e suas águas barrentas. O triângulo é
inspirado no mesmo da bandeira do Estado de Minas Gerais, simboliza
as três pessoas da Trindade e os ideais da Revolução Francesa de
1789 – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – também defendidos pelos
inconfidentes mineiros no final do Século XVIII. Sua cor azul faz
referência ao céu de Benfica de Minas. As duas meias-circunferências
representam os morros que caracterizam o relevo da região. A cor
verde demonstra as matas que os cobrem. A engrenagem na cor vermelha
simboliza uma releitura do sol: representa as indústrias da região e
a energia humana que as fazem funcionar. Também faz referência ao
sangue dos inúmeros trabalhadores que morreram vítimas de explosão
em 07 de março de 1944, na Fábrica de Estojos e Espoletas de
Artilharia do Exército – FEEA (hoje IMBEL). As palavras FÉ e
TRABALHO traduzem, respectivamente, a religiosidade de sua população
e sua força produtiva. O nome BENFICA DE MINAS compõe, finalmente, a
bandeira, como uma lembrança do então distrito, criado em 1962 (Lei
Estadual Nº 2764, de 30/12/1962) e que estava em processo de
emancipação político-administrativa de Juiz de Fora. Benfica de
Minas perdeu a condição de distrito pela Lei Estadual Nº 4935, de
10/09/1968, passando, desde então, à condição de 3º subdistrito de
Juiz de Fora, com a denominação de Benfica.
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