Neste
espaço, desejamos apresentar alguns fragmentos da memória local. Ele
será dividido em: PESQUISA, PERSONAGEM, ONTEM/HOJE e NOSSAS
RUAS.
Para sugestões de temas em futuras atualizações, entre em contato
com o site que teremos prazer em pesquisar.
Vanderlei Tomaz Ex-vereador (autor da Lei Murilo
Mendes de Incentivo à Cultura)
Junto à Ponte Rocha Lagoa, na Avenida JK, sobre o Rio Paraibuna, entre a Ponte Preta e o Jardim Santa Bárbara, podem
ser vistas algumas ruínas de pilares de ponte construída em
1848. A construção possui desenhos curiosos que lembram a
cerâmica marajoara.
Dois naturalistas europeus – o inglês George Gardner, em 1848, e o
alemão Hermann Burmeister, em 1850 – de passagem pela região
fizeram comentários em seus diários de viagem sobre a construção
da antiga ponte.
“Logo após a
passagem da barreira, atravessamos o rio Paraibuna em ponte
provisória, feita para servir até que se pudesse terminar outra,
permanente, que se estava construindo, para a nova estrada. Os
arcobotantes eram solidamente construídos de pedra, mas o arco
seria de madeira”. (George Gardner, em VIAGEM AO INTERIOR DO
BRASIL, vindo de Chapéu D’Uvas, em 1848).
“Foi nessa região que atravessamos o rio Paraibuna por
uma bela ponte de pedra, no início de um trecho de estrada reto
e em bom estado de conservação. Estávamos na margem direita, do
lado sul do rio. Na extremidade desse trecho da estrada havia
uma aldeia ocupando grande área, mas sem igreja. Era Bemfica,
distante mais ou menos 2 léguas de Chapéu D’Uvas”. (Hermann
Burmeister, em VIAGEM AO BRASIL, depois de passar pela Barreira,
em 5 de dezembro de 1850).
A obra fazia parte do traçado de uma
nova estrada, a Estrada do Paraibuna, projetada pelo engenheiro
alemão Henrique Guilherme Fernando Halfeld (trecho compreendido
pela atual Avenida JK). As ruínas desses pilares foram
declaradas pela prefeitura de Juiz de Fora como bens de
interesse cultural.
PERSONAGEM
DORCEMIRO DE ABREU
“Entra no ar: A VOZ DE BENFICA, na apresentação do programa:
LEMBRANÇA MUSICAL”.
“O rapaz trajando terno azul-marinho dedicando a uma linda jovem
que está contornando a praça Jeremias Garcia com um vestido
cor-de-rosa, a música: ABISMO DE ROSAS, na voz de Dilermando
Reis”.
Ainda há quem se recorde, saudosista, daquele tempo em que passear
na praça Coronel Jeremias Garcia com a namorada era uma boa
oportunidade para fazer-lhe uma surpresa.
Instalado em um barraco de madeira em frente à praça, o
Serviço de Alto-Falante A VOZ DE BENFICA, inaugurado em 22 de
abril de 1962, levava ao ar, diariamente, das 6 horas da tarde
até às 10 da noite, um programa de utilidade pública, sob a
direção de Dorcemiro de Abreu.
A sua programação incluía: anúncios de eventos esportivos,
notas fúnebres, achados e perdidos, avisos religiosos, lembretes
de aniversários e propagandas comerciais. Entre os anunciantes,
estavam: Pastelaria Princesa, Cerealista Benfica, Sapataria do
Boy, Padaria Progresso e Casa Popular. Dorcemiro ainda anunciava
os bailes do Clube Atlético da Fábrica de Juiz de Fora. Através
de A VOZ DE BENFICA, Dorcemiro se tornou o locutor oficial das
duas gincanas automobilísticas de Benfica na década de sessenta.
Entre os carros, corriam Chevrolet, Buick e um Ford 28. Entre os
pilotos, competia o então vereador Ignácio Halfeld.
Mas, a grande atração de A VOZ DE BENFICA era o programa
Lembrança Musical. Um espaço destinado ao romantismo das
dedicatórias. O repertório era o melhor da época: Orlando Silva,
Vicente Celestino, Dilermando Reis, Miguel Aceres, Carlos Orbut,
Mário Lanza, Nélson Gonçalves, Oslain Galvão, Carmem Silva,
Altemar Dutra, Silvinho, Wanderléa, Marco Antônio, Vanderlei
Cardoso, Inezita Barroso, Waldik Soriano, e muitos outros.
A VOZ DE BENFICA alegrou as nossas noites até o dia 22 de
maio de 1965, quando saiu do ar.
Dorcemiro de Abreu, eletricista aposentado da antiga FEEA FJF,
nasceu em Paula Lima em 1928 e, em 1956, mudou-se para Benfica.
Durante muitos anos foi apresentador de circos e locutor em
parques de diversões.
ONTEM / HOJE
Estação Ferroviária de Benfica.
Inaugurada em 1º de fevereiro de 1877. Imagens de 1912 e 2008.
NOSSAS RUAS
Esta coluna é uma oportunidade
para você conhecer quem é a pessoa que dá nome à sua rua. Envie
para o site sugestões de pesquisa sobre outros nomes que
procuraremos informar nas próximas atualizações.
RUA HENRIQUE DIAS
(antiga Rua D) – Decreto Nº 129, de 28/11/1944, de autoria
do Prefeito José Celso Valadares Pinto.
Guerrilheiro brasileiro, nasceu e morreu em Pernambuco no
século XVII. Lutou contra os invasores holandeses na célebre
Batalha dos Guararapes. Herói nacional, recebeu a patente de
Cabo e Governador das Companhias de Crioulos, Negros e
Mulatos.
RUA DIOGO ÁLVARES
(antiga Rua N) – Decreto Nº 129, de 28/11/1944, de autoria do
Prefeito José Celso Valadares Pinto.
Conhecido como “Caramuru”, era um aventureiro nascido em
Portugal e que faleceu em 1557, em Salvador, Bahia. Por ter
vivido entre os indígenas, dominando a língua e os costumes,
auxiliou Tomé de Souza e os jesuítas que vieram para a
construção das vilas e a catequização do povo nativo.
Casou-se com a índia Paraguaçu, filha de um dos chefes
tupinambás.
RUA TOMÉ DE SOUZA
(antiga Rua C) – Decreto Nº 129, de 28/11/1944, de autoria
do Prefeito José Celso Valadares Pinto.
Tomé de Souza chegou à Bahia em 1549, vindo de Lisboa,
Portugal. O acompanhavam centenas de soldados, degredados e
missionários jesuítas. Entre eles, estava o Padre Manuel da
Nóbrega. Tomé de Souza foi o primeiro Governador Geral do
Brasil. Criou divisões administrativas, defendeu os colonos,
povoou o litoral paulista e ajudou a edificar a cidade de
Salvador, na Bahia.