O Benficanet teve o prazer de conversar com Elenize Seguro,
bailarina, diretora, professora e coreógrafa do Grupo de Dança Over
Jazz, que
completou 25 anos
de bela trajetória, mantendo uma concepção
ampla de dança-educação, através de técnicas da dança jazz, dança
moderna e ballet clássico, sempre com com muito estudo, dedicação,
experimentação e ousadia, resultando na formação de um grupo que busca
aprimoramento artístico e crescimento profissional. Elenize, filha de João Martins Seguro e Maria Rita da
Silva Seguro, nascida em Juiz de Fora, hoje aos 44 anos,
mãe de duas filhas, Maria Rita e Rafaela (3 e 18 anos),
casada há sete anos com Júlio Cesar de Freitas, chegando
bem longe, à base de seu trabalho, dedicação e amor, nos
afirma que nunca pensou em desistir. "Nos momentos
mais difíceis, sempre pensava que eu não poderia estar
fazendo outra coisa que não fosse dançar. Sou bem
persistente e sempre espero o pior passar e continuar o
sonho".
Elenize nos diz não ter um nome como referência, quando
perguntamos o que mais alimenta o grupo Over Jazz e
quais tem sido as grandes fontes para seu trabalho, ela
nos conta que estão sempre buscando aprender com bons
profissionais da área, seja como bailarinas, ou como
professoras de dança. "Conhecemos vários
profissionais nos quais tentamos nos espelhar e crescer.
Buscamos a dança-educação, acho que a dança por si só é
muito voltada à técnica e valorização dos melhores, mas
hoje, a dança está muito voltada a estar além da
técnica, podemos através da disciplina, do emocional, da
socialização, do incentivo ao crescimento em grupo aliar
outros conhecimentos e contribuir para a formação de
bons profissionais e bons seres humanos".
Comentamos sobre uma citação da grande bailarina Márcia Haydée, em uma
entrevista: "Minha maior característica é a fé. O bailarino
desconsidera a dor, uma questão que se resume no poder da mente, da fé e
na força de vontade. O que você quer você faz. A mente não é frágil, e o
corpo só é quando o indivíduo permite", partindo disso perguntamos
à Elenize, o que ela tem feito para que o grupo trabalhe duro, mantenha
o equilíbrio e não desanime? Elenize concorda que a citação é uma
realidade. "O bailarino vive de superar os próprios limites, a dor,
o cansaço, às vezes desânimo também, na verdade existem momentos de
desânimo e aqui no Brasil, principalmente, trabalhar com cultura é muito
difícil, mas é a fé que nos mantem superando. E a realização, quando a
gente vê pronto, aquilo que se programou ou idealizou, ensaiou meses, ou
o ano inteiro, talvez não fique como você sonhou, mas fique parecido com
o que se esperou, isso que é a fé e faz com que você continue,
esquecendo o lado ruim".
Elenize sendo homenageada ao final do grande espetáculo de comemoração
dos 25 anos do Grupo Over Jazz.