O
filme
“HAIR”, do diretor Milos Forman, além da postura contra
violência e opressão, é um hino em favor da liberdade e do amor,
embora contenha também alguns aspectos com os quais discordamos.
Mas, o que queremos realçar é o lado bonito desse musical que
fala de alma, ser humano, essência, vida, etc...
Há um momento em que o personagem
Claude, (Ator John Savage), indo para a guerra, confuso entre as
idéias de patriotismo e a influência dos amigos sobre liberdade,
canta “Where Do I Go?”, que questiona existência, objetivo e
destino dos seres...
Sabemos que entre os muitos objetivos da existência temos: a
correção de erros e equívocos, a libertação de preconceitos e
diferenças, o avanço em direção aos acertos, a vitória sobre as
dificuldades e a nossa efetiva transformação para a evolução.
Espera-se que através das várias experiências vividas,
reconstruamos a vida sobre sólidas bases morais e éticas,
cultivemos e ampliemos valores positivos, nos relacionemos bem
com os outros, nos doemos, ensinemos e aprendamos com os outros,
nos dominemos e caminhemos sem tantos “pitis”. O ideal é
humanizarmos os próprios sentimentos para sermos felizes. Mas
nem sempre colocamos isso em prática. E muitas das nossas
angústias e inquietações, dores e enfermidades, desajustes e
perturbações, são resultado de nosso descompasso entre o que
planejamos e o que realizamos, da distância entre o que
cumprimos e o que negligenciamos, da diferença entre as
oportunidades que jogamos fora e aquelas que procuramos
aproveitar.
Quem
e o que somos, por que estamos aqui e para onde iremos são
questões que nós decidiremos com ações. Cada um determina os
resultados disso e de muito mais pelo tipo de escolhas que faz
em todos setores da vida. Seremos exatamente aquilo que fizermos
de nós. É preciso buscar, entender e vivenciar o belo, o bom, o
melhor da vida, e naturalmente eles nos devolverão maravilhas.
“A cada um segundo os seus atos, já nos ensinou Jesus”. Cada um
é aquilo que fez da existência, “nas grandes e pequenas”
situações diárias, aliás, muitas vezes as determinantes.
O escritor Richard Simonetti conta em um de seus livros um caso muito
oportuno, que retrataremos com nossas palavras. “Um rapaz chega
a uma cidade, para a qual tinha intenção de se mudar.
Aproximou-se de um senhor em uma praça e perguntou: meu senhor,
como é esta cidade e o povo que mora aqui? O senhor respondeu
com outra pergunta: como é a sua cidade e o povo que mora lá? O
rapaz disse: minha cidade é terrível, suja, péssima para se
viver e o povo é maledicente, falso, mentiroso. Lá tenho muitos
inimigos... O senhor então concluiu: esta cidade e o povo daqui
são exatamente assim. Um tempo depois veio outro rapaz, também
com intenção de se mudar para aquela cidade e perguntou ao mesmo
senhor naquela mesma praça: meu senhor, como é esta cidade e o
povo que mora aqui? E novamente o senhor respondeu com outra
pergunta: como é a sua cidade e o povo que mora lá? Esse segundo
rapaz disse: minha cidade é ótima, bonita, limpa e o povo
é feliz, sincero, prestativo. Ah, só de falar sinto saudade de
todos os amigos que lá tenho... E o senhor concluiu dessa vez:
esta cidade e o povo daqui são exatamente assim."
Os lugares, as pessoas, a vida, tudo será melhor se nós
colaborarmos para isso, se colocarmos lentes que permitam
enxergarmos o lado positivo, bonito e limpo de tudo. É como
olharmos para uma construção e falarmos: esta casa é legal, mas
é muito pequena, sem conforto, não é agradável. Mas também temos
a opção de falarmos de forma diversa: esta casa é pequena, mas
podemos melhorá-la, torná-la mais bonita, confortável e até
maior...
“Quem enxerga o lado bom, transforma tudo
em beleza. Mas só percebe a beleza de um jardim, quem o
atravessa procurando sentir o perfume de suas flores”...
Muitas pessoas estão sempre com o
humor terrível, achando todo lugar ruim, toda pessoa chata. Para
essas o Mundo é sempre feio e triste e o Universo está sempre em
total desencanto. É como olhar um latão de lixo e enxergar ali
só podridão e cheiro desagradável. Mas se quisermos podemos
fazer uma releitura e enxergarmos ali o resultado do trabalho de
alguém, os cuidados com a higiene e
saúde,
a organização e a disciplina...
“Certa vez uma moça desesperada pela possibilidade de não passar de
ano, foi a uma Biblioteca para pesquisar História.
Quem a atendeu perguntou: História do Brasil ou Geral? A moça
respondeu: isso eu não sei. A pessoa então, tentando entender
para melhor atender, perguntou: qual assunto dentro da História?
A resposta veio novamente: isso também eu não sei. Perguntou a
atendente: mas o trabalho não é para você? A moça respondeu:
sim, é para mim, mas eu não fui à aula nas últimas três semanas
porque eu detesto aqueles professores chatos e grossos e não
suporto entrar mais naquele colégio horrível, sujo e cheio de
gente falsa. A atendente argumentou: Para te atender, querida,
eu preciso saber o que você realmente precisa. Talvez consiga
saber qual é a pesquisa procurando uma amiga ou colega, talvez
uma vizinha sua... A moça a encarou e sentenciou: Amiga? Colega?
Vizinha? Deus me livre e guarde desse povo! Eu não tenho nenhuma
amiga, nem colega. Na minha rua só tem gente imprestável e
fofoqueira. Quer saber? Nessa cidade, todos são umas malas sem
alça e sem fundo”. Reflitamos no seguinte: seria aquela moça um
exemplo de virtudes e seus professores, o colégio e todos os
colegas e vizinhos os errados? Pouquíssimo provável. Só quando
valorizamos os outros, o nosso progresso se faz presente, vivo,
real... Precisamos aceitar que nós também temos atitudes a serem
repensadas e MUDADAS, para melhor atendermos ao programa de
evolução geral.
Emmanuel e André Luiz, através do respeitado Chico Xavier nos
falam duas coisas que merecem reflexão no assunto em questão. Um
deles compara a vida com uma escultura, dizendo que da mesma
forma que ela sofre os golpes do buril para se tornar uma obra
de arte, nós precisamos aparar as próprias arestas para nos
tornarmos seres melhores. Assim como a escultura linda, perfeita
é o sonho do artista, nós evoluídos somos “o sonho de Deus”. O
outro lembra que a vida é como um filme, que precisa ser
editado, corrigido, analisado, dirigido para selecionar as cenas
que representem o melhor a ser mostrado ao público. Tudo que é
ruim deve ser retirado e o que é bom deve ser aproveitado para
que o filme seja agradável a todos. Nós também devemos eliminar
de nós tudo que signifique atraso na vida e adicionarmos todos
os valores positivos para nosso adiantamento,
PARA QUE NO FUTURO, O FILME DA NOSSA VIDA ESTEJA
NA TELA DA VERDADE, COMO UM ENCAMINHADOR EXEMPLAR...
(Estamos aqui para progredirmos.) |