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REFLEXÕES
por Ademir Fernandes

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Paciência e equilíbrio no cotidiano...  
   Paciência é a virtude de manter o emocional equilibrado. Consiste em tolerar mais os erros alheios e fatos indesejados. Muitas vezes esquecemos que certas situações podem ser sublimação para a alma e não confiamos no comando seguro de Deus. Agitados, não entramos em sintonia com o Pai de amor maior. Os ensinamentos cristãos sugerem paciência com quem nos faz mal, pois muitas vezes não têm consciência do ato e do resultado de suas atitudes infelizes.
  
A consciência faz renunciar ao mal e só praticar o bem.
  Trote é coisa de pessoa equivocada quanto ao uso do tempo. Meu parente foi vítima dessa perturbação por seis meses. Todo dia ele recebia telefonema de alguém falando palavrões e xingamentos, lançando as piores idéias de calúnia e maledicência sobre seus familiares. De temperamento explosivo, ele discutia também, xingava, gritava, até chorava de raiva, e o outro rolava de rir. Como nos desenhos animados em que um bichinho até atravessa a linha do telefone para voar no pescoço do outro, ele ficava roxo e sem voz de tanta ira. Sugerimos que ele desligasse o telefone e não continuasse o assunto, mas ele ficava surdo, cego e mudo aos nossos toques. Um dia ele olhou para nós, lembrou que somos cristãos espíritas e, achando que teve uma brilhante idéia, sorriu com ar de vitorioso e disse para o senhor dos trotes: “Aqui, meu filho, eu sou espírita, sou médium vidente. Estou vendo você aí”. E o outro riu mais, debochou e falou coisas piores. Meu parente passou mal e foi internado. Foi a oportunidade de sugerirmos mudanças, em especial: não atender o telefonema e orar pela pessoa, pois era uma alma enferma.
   Ele aceitou orar, mas atenderia o telefonema. Então pedimos que fosse paciente e equilibrado e lesse mensagens positivas para a pessoa. Ele saiu do hospital no domingo e na segunda-feira a “segunda temporada da série” começou. O telefone tocou e ele atendeu, transpirando e tremendo, com uma Bíblia aberta no Evangelho de Mateus, nas Bem-Aventuranças. O “troteiro” recomeçou a conversa negativa e ele lendo o Sermão da Montanha. Um fala de cá, outro xinga e debocha de lá... Cada dia ele lia mensagens de um livro: Sinal Verde, de André Luiz, Diretrizes para o Êxito, de Joanna de Ângelis, Vinha de Luz, de Emmanuel, O Mestre dos Mestres, de Augusto Cury, Histórias para aquecer o coração, de Mark Victor Hansen, etc. Aos poucos foi revertendo o quadro. Após seis meses de esforço, um dia ele atendeu ao telefone dizendo: “Meu amigo, que surpresa boa! Eu já esperava mesmo por você. Hoje eu vou falar sobre Manoel Philomeno de Miranda”. E o telefone foi desligado do lado de lá. Nunca mais ele recebeu o trote, mas leu tantos livros com temas positivos e saudáveis que se tornou um trabalhador em favor do amor, da paciência e do equilíbrio. “Shakespeare diz que a paciência é a mãe das virtudes.” “Jean- Jacques Rosseau afirma que a paciência é amarga, mas os seus frutos são doces!” Enquanto meu parente agia com impaciência, não resolvia a situação, mas bastou reverter seu método e tudo foi resolvido.
  Um dos grandes problemas dos seres é impaciência, falta de controle. Se vendessem paciência nas lojas, drogarias e supermercados, muita gente gastaria boa parte do salário nessa mercadoria tão rara. “Isaac Newton diz: Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento.”
Uma conhecida nossa sempre brigava com o namorado, até que ele decidiu terminar de vez o namoro. E ela DECIDIU entrar em depressão. Trancou-se na “masmorra”, desgrenhou o cabelo e vestiu sua roupa mais feia e velha.
   A mãe preocupada dizia: “Filhinha, abra essa porta, você precisa se alimentar, senão vai ficar doente”. E ela respondia com voz de fundo de caverna: “Não! Eu não quero mais comer, beber, nem quero ver a luz do sol. Meu mundo caiu...” Porém, antes de se trancar, ela passou no supermercado e comprou tudodebom.com.br de alimentos. Mas o pior da história é que ela ouvia só uma música no último volume. “Travessia, do Milton Nascimento” é linda, mas não para ouvir direto. Ela só tirava para colocar “Eu sei que vou te amar, do Vinícius de Moraes”. E na parte que diz: “Em cada despedida vou chorar”, ela cantava aos berros junto com a música. Em uma semana a família não agüentava mais e estava quase decretando estado de “calamidade pública”. Seu irmão não suportou, procurou o namorado dela e falou: “Meu amigo, você gosta da minha irmã?”. O rapaz respondeu: “Claro que eu a amo, ela é a razão da minha vida, etc, etc, etc.” E o irmão dela concluiu: “Então, pelo amor do Cristo, vá lá e descasque o abacaxi, pois nós não conseguimos”. O moço só esperava a deixa. Foi para casa, trocou de roupa e “voou” para a casa dela. Eu estava presente na hora. Quando a mãe dela falou que ele estava na sala, eu marquei no relógio. Em menos de um minuto ela surgiu na sala, com uma roupa na moda, cabelo com escovinha, maquiagem completa e um sorriso mil% feliz. Terminou tudo bem, mas, se ele não voltasse? Precisamos nos preparar para resultados diferenciados em todas as áreas de nossa vivência. Na vida há encontros, reencontros e desencontros. Não adianta criar clima ou surtar, pois tudo é como elaborarmos com postura de paciência e equilíbrio e de acordo com o que é certo, bom e justo para nós...
 
Muitos criam os próprios estados emocionais negativos. Desesperam-se, entram em atrito interior e com o exterior, refletindo em tudo a mórbida decisão de serem impacientes, desequilibrados, e naturalmente infelizes. A felicidade está na virtude, a virtude está na paciência e no equilíbrio, e esses estão em Deus. Jamais devemos perdê-los, por mais forte que seja o vento da tempestade ou alguma circunstância exterior ou interior nos pressionando, pois tudo passa, como nuvens perseguidas pelo vento.
  Instale-se, pois firmemente sobre a rocha de sua existência imutável e terna, buscando a serenidade. Seja forte, mas também suave para ter domínio e equilíbrio sobre as ondas. Assim seremos melhores “surfistas” sobre todos os pontos negativos e a vida será mais agradável, construtiva e plena de acertos e de paz...
“Albert Einstein disse: Viver é como andar de bicicleta.  É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.” Muita paciência e equilíbrio para todos nós, para sermos bons exemplos na vida...
publicado em 09/11/08
Ademir Fernandes de Sousa
Centro Espírita Amor ao Próximo
E-mail: ademirferso@hotmail.com
  
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