..............................................................................................................................................................
Colunistas Ver todas as colunas
 
REFLEXÕES
por Ademir Fernandes

1879 acessos.

..............................................................................................................................................................
O SER HUMANO E OS MEDOS (Primeira parte)...
   No Evangelho diz que os pescadores estavam no mar e JESUS falava ao povo na praia. Depois caminhou sobre a água ao encontro deles. E eles gritaram amedrontados: Socorro! Vem uma coisa em nossa direção! E Jesus disse: Sou eu. Pedro argumentou: Se é mesmo o Senhor, faça eu também caminhar sobre a água. Jesus confirmou: Venha, Pedro. Ele caminhou sobre o mar, mas teve medo, afundou e gritou: Jesus me salve! Me ajude! Eu não quero morrer afogado! Jesus então disse: Homens de pouca fé, por que não confiam?
   Todo mundo tem medo. Há medos naturais: de bichos, bala perdida, assalto, etc. Medos existenciais: de amar, expor sentimentos e se decepcionar, fazer amigos e ser traído, perder alguém, ficar só, etc. Temem até horóscopo. Se o signo está bom, acordam dizendo:
Bom dia, eu amo vocês. Se ruim, já pulam da cama dizendo: Não me torrem a paciência. Hoje eu tô com a macaca. Nem saem de casa. A pessoa deixa o horóscopo criar seu estado. Muitas pessoas têm pavor de cobras e outros bichos. Há quem corre e se tranca ao ver um rato. Nós não podemos criticar. Uns dizem: Que frescura! Medo de um ratinho? Mas cada um tem sua dificuldade. Uns ficam parados, outros se desesperam diante do que temem. Parece que criam mola nos pés e pulam alturas inacreditáveis. Muro de 3 metros é moleza para quem está apavorado. Com medo de barata, uma mulher pulou do segundo andar. Caiu, rolou, esfolou-se, mas levantou-se mais veloz que ninja e “vazou”. Medo de violência: briga, assalto, seqüestro, crime. Ninguém em sã consciência quer ser violentado, levar tiro, facada. Mas não precisa exagerar, vendo todos como inimigos perigosíssimos.
   Há o instinto de conservação natural. Um dia, num cinema lotado um “espírito de hiena”
usando tocha de fogo gritou: O cinema tá pegando fôôôgô!  Foi um Deus nos acuda. Todos se espremeram igual boiada louca, fugiram esbaforidos e em minutos estavam lá na rua. O medo de incêndio vira um monstro quando a pessoa já entra no cinema com o instinto de preservação mil% ligado, procurando saídas de emergência e extintores. Se perguntam sobre o filme, responde: Nem vi, mas o cinema tem 3 portas, 4 extintores, 220 lugares. Vê fumaça, fogo, mas não vive. Se estressa e tem desajustes físicos e psíquicos. A claustrofobia; pavor de lugar fechado. Há quem sobe e desce todo dia as escadas de 15 andares do prédio onde trabalha com medo de ficar preso no elevador. O medo escraviza.
   Medo do “sobrenatural”: mula-sem-cabeça, lobisomem, vampiro, chupa-cabras, ET de Varginha, loura do banheiro, etc. Na infância, eu e meus colegas tínhamos um medão de uma casa abandonada. Os adultos usavam isso p/ intimidar as crianças. Diziam que quem entrasse nunca mais saia, que aparecia uma mancha de sangue marcando a pessoa para sempre. Eu passava a km dali para chegar em casa. Fazer medo é erro grave. A pessoa registra e expande isso, leva para outras fases da vida e torna-se adulto com insegurança. Medo de espíritos. Criam casos e filmes de terror e associam espírito com assombração. Falta de respeito e equívoco por informação falsa que gera deficiência e dependência...
  Mas há também o medo circunstancial. O amigo de uma família “morreu” em cidade do Nordeste. Meses depois, a moça varria a calçada e viu um homem de branco passando na rua de cima, olhando em sua direção e depois sumiu. De repente ela sentiu uma mão no seu ombro e a pessoa falou:
Minha filha, o Sr Eurico está? Ela olhou e viu que era o homem que “morreu”. Ela arrebentou o portão gritando: Pai, Pai! O sô Juquinha tá te chamando. Na mente dos pais o “tá te chamando ”quis dizer “veio te buscar”. A mãe dela fugiu com as crianças pelos fundos. O pai estava de cama, pois fez 3 cirurgias e morria de medo de morrer. Ao ouvir isso, ficou de pé, cambaleou pálido até a porta, aos berros: Ah, não, some daqui! Pelo amor de Deus, num me leva, não! O homem tentava explicar e o pai dela esconjurava: Afasta-te de mim, coisa das trevas! Volta pro teu lugar, bicho ruim! Pegaram porretes e quase mataram mesmo o homem. Depois de apanhar muito ele pode explicar que houve um engano com nomes trocados, mas ele estava ali e bem vivo...
   Defendemo-nos daquilo que ameaça nossa estabilidade. É normal ter momento de medo, se isso não atinge proporção que altere e comprometa a existência, pois cria ansiedade, depressão, neurose, psicose e outros estados complicados como síndrome de pânico. A pessoa tem medo da própria sombra, tem sobressaltos com a campainha, não sai de casa para ir à padaria, se tranca, faz muro alto, coloca grade forte, correntes, cadeados, fechaduras e alarmes especiais. Se sai, muda sempre de caminho porque todos parecem ser criminosos. Quando inventaram que o mundo ia acabar, muitos se suicidaram. Muitas pessoas são massacradas pelas vibrações destrutivas do medo que é tão contagioso como qualquer moléstia perigosa. É um dos piores inimigos dos seres, por alojar-se na alma.
(Vejam a segunda parte do artigo em breve)...
publicado em 20/05/2010
Ademir Fernandes de Sousa
Centro Espírita Amor ao Próximo
E-mail:
ademirferso@hotmail.com
  
    Comente!
 
 
 topo
© direitos reservados desde 2008 -  benficanet.com - contato@benficanet.com