“There’s night and day...
sun, moon, and stars...
wind on the heath. Life
is very sweet...”
(George
Borrow, apud Clifford Lee, in Gypsies, National Geographic, 1970, p. 5)
Eis o que nos ensina Clifford Lee (à p.
supracitada): Nós nunca mudamos. É
difícil alterar um povo que se satisfaz com o que tem e deseja somente ser o
que sempre foi.
Os poemas, pensamentos, axiomas, trovas outras coisas que se seguem, bem
como textos, frases feitas são de autores de nomeada e seus nomes são
anotados após cada documento. Ficaremos gratos àqueles que nos informarem
mais dados sobre os criadores de tão belas palavras sobre o povo cigano. As
frases (A. Paiva) são do organizador deste trabalho.
O mais antigo documento de que temos notícia sobre
ciganos em terras portuguesas é uma poesia de Luís da Silveira, intitulada
“As Martas de D. Jerônimo”, publicada no Cancioneiro Geral a pp. 295-296
do t. III da referida edição. Pode indicar-se o ano de 1510 como data
provável desta composição. Luís da Silveira chalaceia de umas mangas
estreitas e forradas de martas muito velhas, que D. Jerônimo de Eça mandou
fazer em Almeirim:
Queyxa-sse Luys Teyxeira,
tem já
mil concrusões postas,
que lhe
tiraram das costas
estas
peles de toupeyra.
Nam sabe
per que maneira
lhe
fizeram tal engano;
diz c’ou
ele foy Çiguano,
ou muy
fina feyticeira.
(In
Etnografia portuguesa de J. Leite de Vasconcelos)
***
Não devemos deixar de ser cigano...
Porque somos primitivos;
Porque somos lendários;
Porque
somos limpos, em nossos costumes;
Prque somos folclóricos;
Porque somos místicos;
Porque
somos os desertos e os campos;
Porque somos de cor bonita;
Porque temos vestes alegres;
Porque
somos sábios;
Porque
somos ricos de dons dados por Deus;
Porque
somos símbolos da liberdade;
Porque
somos indomáveis;
Porque
sem nós, algo faltaria na terra.
(In A
Bíblia dos ciganos de Hugo Caldeira)
***
Pois o
cigano é o mais honrado dos mortais perante um companheiro de raça ou um
amigo. (Frederico G. Brepohl, apud Ático Vilas-Boas da Mota)
***
I have thought that we chals and cuckoos are alike in many respects, but
especially in character everybody speaks ill of us both, and everybody is
glad to see both of us again.
[Penso
que ciganos e cucos são parecidos, de muitos modos, especialmente no
caráter. Todos falam mal de nós e todos ficam alegres em nos rever.]
(Jasper,
um cigano, conversando com George Borrow, in Romani rye.)
***
Eu tenho orgulho de pertencer a um povo que nunca declarou guerra, porque
nós, os ciganos, nunca tivemos necessidade de ter um território, nós não
eliminamos nem empurramos outras populações para nos instalarmos em seu
lugar. (In Savina, obra de Mateo Maximoff – Amok Teatro)
***
Eu
pertenço a este povo mal conhecido que a calúnia ligou a seus pavores de
criança. (Idem, ibidem)
***
Porque eu
nasci cigano da cabeça aos pés, o mundo é minha casa, o céu é meu teto, a
terra é meu chão. (Idem, ibidem)
***
O gadjo
não compreende o cigano: ele quer que o cigano trabalhe. (Idem, ibidem)
***
A maior
embriaguez é a liberdade. Levante-se na aurora e não se esqueça de que o
pior do dia sempre chega de surpresa. (Idem, ibidem)
***
Ser cigano é ter uma carne, uma alma, paixões, uma pele, instintos e desejos
outros; é ver o mundo com outros olhos, com a música no sangue, uma altivez
selvagem, a alegria misturada com as lágrimas; a tristeza, a vida e o amor
desconfiados; é evitar a rotina e a normas que castram; é, graças ao canto,
embriagar-se de vinho e de beijos; é transformar a vida em nova arte cheia
de capricho e liberdade; é recusar o jugo da mediocridade; é tudo apostar
num único lance; é saborear, se dar, experimentar. É viver. Isso é tudo.
(Idem, ibidem)
***
O mundo
gira e, no giro do mundo, civilizações se perderam e até se tornaram lendas.
Os ciganos continuam girando no mundo, com o mundo. E longe de se tornarem
lenda, contam as lendas do mundo. (Sérgio Ricardo de Souza, in Ciganos
rom — um povo sem fronteiras)
***
A tua
raça de aventura/ quis ter a terra, o céu, o mar./ Na minha, há uma delícia
obscura/ em não querer, em não ganhar.../ A tua raça quer partir,/ guerrear,
sofrer, vencer, voltar./ A minha, não quer ir nem vir./ A minha raça quer
passar// (Cecília Meirelles)
***
“Real
Gypsy folk music uses no instruments. Singers are accompanied by stamping
feet, clicking tongues, the tapping of spoons, and the rapping of knuckles
on tables”. (József Vekerdi) [A verdadeira
música folclórica cigana não usa instrumentos. Os cantores são acompanhados
pelo bater dos pés, estalidos de língua, batida de colheres e golpes rápidos
das juntas dos dedos nas mesas.]
***
“For the gypsy, there
exists only one rule: There are no rules”.
***
Nós, o
povo cigano, não queremos sua piedade, sua indiferença, sua animosidade. Mas
queremos muito a sua compreensão, tolerância, respeito e paz. (A. Paiva)
***
Deixaremos as epopéias
para
cristãos e otomanos:
Sobreviver tem o seu épico.
Que diga
o povo cigano.
Nem
cobiçamos a terra
nem
guerreamos, nós ciganos.
Viva
nosso povo, ileso
entre cristãos e otomanos!
(Ion
Budai Deleanu, in Canção do bulibacha)
***
Hoje
é muito importante;
ontem,
passou;
amanhã,
só o vento saberá;
pois o
vento de amanhã soprará amanhã.
(dito cigano)
***
Buena-dicha:
Mustra la
mano, señura,
No hayas
ningun recelo.
Bendígate
Diuz del cielo,
Tú tienez
buena ventura,
muy buena
ventura tienez.
Muchuz
bienez, muchuz bienez,
Un hombre te
quiere mucho,
Otroz te
hablan de amurez;
Tú, señura, no te curez
De dar á
muchuz escuto.
(Gil Vicente
(In Auto de humas ciganas, 1521)
***
Yó soy rico
Porque toda la riqueza
La alegria y el pan
Lo encuentro en mi liberdad.
(J. C. de Luna)
***
Cigano de mal-andar
quem te dá acolhimento?
Procuras pátria e um lar,
filho da estrada e do vento.
***
E tudo por que? Por ser eu cigano. Os ciganos não
têm olhos?
Os ciganos não têm mãos, órgãos, dimensões, sentidos, inclinações, paixões?
Não ingerem os mesmos alimentos, não se ferem com
as armas,
não estão sujeitos às mesmas doenças,
não se curam com os mesmos remédios,
não se aquecem e refrescam com o mesmo verão e o
mesmo inverno
que aquecem e refrescam os não-ciganos?
(Aplicação de “O Mercador de
Veneza”. Ato III,
de Shakespeare)
***
Eu o vi onde você nunca esteve,
E onde nunca estará.
E ainda naquele mesmo lugar
Você pode ser visto por mim
Pois dizer o que desconhecem
É a arte dos romanis.
(In Magia cigana, de Charles Godfrey Leland)
***
Se arrancarmos seus
adornos, permanecerá sua pele. Se trocarmos sua pele, ficará seu sangue. Se
fizerem transfusão desse sangue, permanecerá o mais importante, imutável,
eterno: a alma cigana. (Pedro Paulo Seródio Garcia)
***
À semelhança dos ciganos
de hoje, que sempre são empurrados para as periferias das cidades, José e
Maria tiveram que caminhar ainda mais. Seguiram em direção aos campos, fora
da cidade. Certamente alguém gritou como gritam hoje certas associações de
bairros, delegacias, prefeituras e até entidades religiosas, todos se
achando donos do mundo: “Fora, fora daqui! Procurem outro lugar. Prá fora!”
(Murialdo Gasparet)
***
***
Senhor! me dá uma dica
Senhor,
Me dá uma dica
Que me conduza a ti,
À tua paz, ao teu perdão e à tua glória.
Me perdi no caminho que conduz à tua morada.
Sei que teu jugo é suave e o teu fardo é leve.
Sei que os simples herdarão a Terra.
Sei que hoje mesmo o bom ladrão estará contigo no
paraíso.
Sei que perdoaste a adúltera e expulsaste os
vendilhões do templo.
Sei que ressuscitaste Lázaro e bebeste da água da
Samaritana.
Mas
Me ensinaram na infância que, em certo momento,
Tu te sentiste desamparado pelo Pai.
Como teu irmão, peço,
Me dá uma dica.
Não é necessário me mostrares os furos dos cravos,
como a Tomé.
Nem me perdoares a pouca fé, como a Pedro.
Basta uma dica, um sinal inda que hermético,
Submerso, suscetível de leituras, múltiplas
leituras
E herméticos comunicólogos.
Eu me garanto, decodifico e te acharei.
Basta uma dica.
(Paulo Macedo Verani, cigano do grupo Catumbi)
***
Não sou
dessas bandas;
Não nasci
aqui.
A roda da
fortuna girando, girando;
Trouxe-me
para aqui.
***
Minha
estrada se compõe do céu estrelado. Viajei por anos-luz, até encontrar-me
neste planeta.
***
As
raposas têm tocas, e os pássaros do céu, ninhos, mas o Filho do Homem
(Jesus) não tem onde descansar a cabeça (Mt 8, 20). Vede como Jesus era
semelhante a vós. Como está próximo de vós! (Paulo VI, em 1975, falando a
2500 ciganos)
***
Ustilê or trique
duque orobabas
nu pandebrê a chinibén gori
ta or nu sastraba
Este
lenço em que choravas,
tomei-o
na minha mão;
tapei com
ele as feridas,
o lenço
deixou-me são.
***
[....] não existe uma única nação no mundo que
tenha tido uma história mais trágica, mais dura, mais sanguinolenta que a
dos rom. Podemos dizer que
atravessamos todas as penas mencionadas por Dante em seu Inferno. O
grande poeta Antônio Machado tem razão em dizer: Entoai um canto, caro povo,
ao Cristo que está sempre sobre a cruz e espera que o seu sangue seja
lavado. E eu devo dizer que o Cristo
Rom espera ainda ser libertado. (Rajko Djurié, presidente da União
Romani Internacional)
***
Prohasar man opre pirende. Sa
muro djiben semas opre chengende.[1]
“Enterrem-me
em pé. Passei
de joelhos toda a minha vida.” (Nicolae Gheorge, líder cigano).[2]
***
Por cima
o céu, por baixo a terra, no meio os ciganos. (ditado cigano)
***
Pára
cigano!... Mas tua estrela é ainda sem casa, sem pouso, sem pátria.
(Alexandre Bittencourt)
***
Os
ciganos são os fantasmas de nós mesmos. (Jean Aicard, apud Ático Vilas-Boas
da Mota)
***
O cigano
Roupalimpa passando montado numa mula rosilha, as em álacre vermelho
raparigas buena-dicheiras. Loucos, a ponto de quererem juntas a liberdade e
a felicidade. (Guimarães Rosa)
***
Cigano
não tem que ficar trabalhando dia e noite, igual gadjo, porque somos
descendentes de Adão e outra mulher, antes de Eva. Não temos nada a ver com
essa história do pecado original. (Juan González)
***
No entanto, dentre os ciganos de quem se indagou sobre a participação de
seus antepassados no comércio de escravos, alguns se mostraram incrédulos
“Onde você leu isto?” “Quem inventou esta história sobre ciganos?” e outros
disseram desprezar tal atitude — comércio de escravos — parta de quem
partir. (Cristina C. Pereira)
***
A liri es ye
crayi nicobó a liri es calé = A lei dos
reis tem destruído a lei dos ciganos.
***
A lei dos
ciganos tem só três mandamentos:
1.
Não vos separeis dos
rom.
2.
Sede fiel aos
rom.
3.
Pagai vossas dívidas aos
rom.
(In Richard Francis Burton)
***
O homem
faz o dinheiro, o dinheiro não faz o homem. (Provérbio cigano)
***
E Deus
colocou sinais nas mãos dos filhos do homem para que todos conhecessem as
suas obras. Jó 37, 7. Assim, as ciganas se dizem autorizadas por Deus a
lerem a sorte.
***
Sovê
abri (Dormir ao relento)
Gosta da noite como se fosse sua
Meu povo livre que em viagem vai
Seu canto triste rasga o ar da rua
Seus olhos choram quando a lua sai.
Hora do amor e da verdade crua
A noite é noiva virgem quando cai
Mas quando chega a alvorada nua
A virgindade sua com o sol se vai.
Silenciosa hora das partidas
Já eras antiga antes de meus avós...
Tu, que nos trazes lembranças queridas,
Só tu
quem sabes como somos nós.
(Yargo
Ragari)
***
Era outra
vez. Outro parque, outro circo, ciganos e patinadores. O circo chegou à
cidade. Era uma tarde de sonhos e eu corri até lá. (Antônio Bivar)
***
Pois os ciganos foram os primeiros homens, feitos quando o mundo foi feito.
E não morrerão. Permanecerão para sempre, neste mundo ou em outro; nesta
época ou em outra. Pois trazem em
seus corações a Palavra do Saber. E a palavra é
viderimôs. [sobrevivência]
(Adaptado de William L. Gresham, in Os ciganos da estrela)
***
...Porque
os ciganos são filhos-do-vento, senhores da estrada, do fogo, do ferro, do
martelo e da roda. (idem, ibidem)
***
A ética cigana:
·
Respeito à família
como instituição suprema da sociedade cigana
·
amor aos filhos,
consideração e respeito aos velhos
·
hospitalidade com alegria
·
honrar a palavra
dada e fidelidade à Lei cigana
·
liberdade como
condição natural da vida
·
solidariedade para
com os membros da etnia cigana
·
cumprimento das
decisões tomadas pelos maiores.
***
O centro da moralidade cigana é a família, pequena ou grande, e para
defendê-la, criou-se todo um código interno que tutela os direitos de
sangue, de matrimônio e de valor. Entretanto não existe obrigação moral, com
relação aos que estão fora do grupo. Juan de Dios Ramirez Heredia (cigano
erudito, espanhol, do grupo calom)
oferece uma espécie de decálogo deste código moral interno.
Segundo este código, é pecado para um cigano,
in Renato Rosso — Ciganos um povo de Deus:
1. Não ajudar outro cigano
2. violar os direitos de outro cigano
3. faltar com o respeito para com os mais velhos
4. faltar à palavra dada entre ciganos
5. abandonar os filhos
6. a
separação conjugal por traição
7. a
maternidade antes do matrimônio
8. a
falta de pudor no vestir e os modos de comportar-se
9. furtar num lugar sagrado
10. ofender a memória dos mortos.
***
Os ciganos
Um dia, lá do Oriente,
De onde tudo começa,
Partiu meu povo contente,
Caminhando sem ter pressa.
Quando partiu? Ninguém sabe.
Por que partiu? Ninguém diz.
Partiu quando deu vontade.
Por que partiu? Porque quis.
Então aqui aparecemos,
Sem nunca saber quem somos.
Nosso passado esquecemos,
Só interessa o que somos.
Dizer que pátria não temos
É uma grande insensatez.
A nossa pátria, sabemos
É maior que a de vocês.
Sua pátria é um país somente,
A nossa é toda essa terra,
Que Deus nos deu de presente,
Por nunca fazermos guerra.
Somos um povo que canta
Feliz por saber viver.
O por-do-sol nos encanta,
Amamos o amanhecer.
O ontem, sempre passado
Amanhã sempre futuro
Vivemos despreocupados
O hoje que é mais seguro.
E assim, sempre de partida,
Ora no campo, ora na cidade,
Amamos a nossa vida,
Somos reis da liberdade.
(Zurca Sbano, in JB, 25/10/92)
Romani istina kaj si (Onde está a verdade cigana?)
Em tempos de
reconciliação, de respeito aos direitos humanos das minorias e dos excluídos, é
hora das várias denominações religiosas ou não, pedirem perdão aos ciganos. (A.
Paiva)
Um povo proscrito por preconceito e condenado por leis ao opróbrio e à
ignomínia; uma raça excluída de todas as profissões liberais; tem sido, por
séculos, e ainda é roubada de seus direitos de propriedade e terra; que é
sujeita a regulamentos severos e especiais; aprendeu a preservar enfim uma
maneira de ser independente; e que apesar dos insultos e desrespeitos que
recebe, do ódio que desperta e dos preconceitos;
e que onde quer que esteja é recebido e julgado; ainda resiste a esta aversão;
finalmente, a todas aquelas causas que devem desuni-los, afrouxá-los e aniquilar
a família, a raça, a nação; este é um
povo, eu digo, que merece a atenção do observador, ainda que seja somente pelo
fato de sua existência. (Jaubert de Passa)
Dom sebastiam etc. faço saber que Johão de torres, çiguano preso no lymoeyro, me
euju diser per sua petição que estamdo na villa de momtalluão morador e jmdo e
vjimdo à castella fora preso he acusado pela justiça, dinzemdo que semdo ley
deste Reyno que toda geração de çiguanos não vjuesem neste Reyno e delle se
sahyssem em çerto tempo e por elle não ser sabedor da tall ley por jr he vyr há
castella, fora preso he acusado pela justiça, elle he sua molher Amgylyna e
condenado per sentença da mor allçada, elle em çimquo anos de degredo pera as
gualles e açoutados publicamente, cõ baraço e preguão, e a dita sua molher se
sahyrya do Reino em dez dias, visto como se não mostraua certidão de quamdo
hally fora pobrjcada em momtalluão, homde forão presos, como todo se mostrua da
sentença que oferecia. He por que dos haçoutes, baraço de preguão hera feita
execuçam e a dita sua molher hera fora do Reyno e elle ser presente, estaua no
lymoeiro, homde perecia há mjimgoa, e hera fraquo he quebrado, e não hera pera
serujr em cousa de mar e muito pobre, que não tinha nada de seu, me pedya que
ouuese por bem se sahyse loguo do Reyno ou que fose pera o brasyll pera sempre e
podese leuar sua molher avendo respeito a pena que já tinha recebyda etc.; e eu
vemdo que me asy dise he pedir emvyou, queremdo lhe fazer mercê visto hu parece
como o meu pase (?), ey por bem e me praz se assy he como dis, de lhe cummutar
os cimquo anos em que foy conenado pera as gualles, pelo caso de que faz menção,
visto ho que halegua e declara, em outros cimquo anos pera o brasyll, homde
leuara sua molher e filhos, visto outrosy com he feyta execuçam dos haçoutes;
por tamto vos mamdo etc. na forma dada em allmerym a vii dias dabrill el rei
nosso snr ho mamdou pelos doutores paullo affonso e amtonjo vaaz castello etc.
dioguo fernandez a fez, ano do naçimento de nosso snr xpo de m ve
lxxiiijo anos. Roque vieira a fez escreuer.