Mirko, o ciganinho, tinha treze anos, parecia dez. Miúdo,
esperto, inteligente, preguiçoso e sonhador. À noite,
principalmente nas noites estreladas permanecia horas
observando, imaginando como as estrelas seriam belas e
brilhantes, se vistas bem pertinho. “Será se piscavam?” E
pensava... “Quem estaria lá?” E respondia para ele próprio:
“Vurdons
(carroças em romani, língua dos ciganos), onde erravam pelo
firmamento, nos caminhos do arco-íris, acampando vez por outra
na Lua, ou em Vênus e os ciganos tocando violinos, pandeiros, em
volta de grandes fogueiras”. Ele adorava ficar na tenda, pela
manhã e só saía quando o sol estava bem acima do horizonte. Seus
pais achavam que ele queria dormir até tarde, mas não era bem
isto, Mirko tinha razão especial e particular para ficar na
tenda. Era visitado por um Raio de Luz, logo que o sol aparecia.
Mirko esperava ansioso o feixe de luz, fino, contínuo, conforme
a fenda da ‘tchera’ (tenda) se abria, infiltrava pela fresta e
iluminava pequena moeda de cobre sobre palha no chão.
Ricocheteava aos olhos profundos, como o oceano, de Mirko, os
quais brilhavam estranhamente, como se tomados por intensa e
misteriosa força. Suspirava e se escorava no espeque da lona
para não cair, nem prejudicar o visitante. Era caso complicado,
difícil de entender: Raio de Luz era Mirko? O contrário podia
ser... Seriam os dois só um? Não dava pra perceber.
- Pequena luz, de onde vem? “De longe,
Mirko, além do seu pensamento, das profundezas do céu, do
infinito, mais longe do que as nuvens azuis bordejantes nas
estrelas”.
¾ Pode me levar lá? “Um
dia, sim respondia Raio de Luz, evasivamente, vagamente”.
- Qual é o seu nome?
- Raio de Luz. Venho de
uma estrela da constelação Ursa Maior... Os homens dividiram o
céu em pedaços e deram-lhes apelidos daqui da terra; porém, o
céu é único, é esférico. Tem constelação da Serpente, Cão Maior,
Touro, Escorpião, Pavão, Cisne etc.
-
Tem a do Cavalo? Não! tem a nebulosa da Cabeça de Cavalo que
está muitos anos-luz daqui, falaremos disto mais tarde... Ainda
vou levá-lo às Três Marias, Betelgeuse, Capela e Aldebarã,
prometo!
- Nossa mãe da tribo observa as estrelas quando lê buena-dicha.
Ela vê nossa sina no céu, nas mãos, nos olhos e nas cartas...
Mirko era desperto dos devaneios pelos pais os quais
escancaravam as lonas da tenda e o punham para fora.
À noite, hora da rã, a lenha recolhida por todas as crianças,
servia para alimentar a fogueira e preparar gostosa sopa, bem
assim, iluminar as danças, aquecê-los nas noites frias. Raio de
Luz jamais aparecia à noite. Mirko perguntou por quê? “Na
escuridão sou invisível, somos diferentes por natureza: onde
estou, há luz, onde há trevas é noite. Ela também é boa, muitas
coisas se fazem quando ela vem: os homens dormem para descansar
das lutas do dia, as plantas limpam o ar que respiramos, as
flores desabrocham. Homens temem o escuro, mas ele é tão
necessário como a luz. O mundo é dividido em opostos:
alto/baixo; quente/frio; claro/escuro; bom/mau. Vamos encerrar,
porque está anoitecendo, voltarei amanhã”.
Mirko gostava de
observar o povoado dos não ciganos, do outro lado do rio. À luz
do dia, as casas pareciam tristes e muita fumaça subia ao céu. À
noite, quando luzes brilhavam no céu estrelado, ele devaneava.
“Como seria aquele local? E as pessoas? Os meninos seriam iguais
a ele? Apanhariam lenha no mato? Onde dormiam e o quê comiam?
Seriam bons?”
Encheu-se de coragem e pediu ao pai para levá-lo à cidade. Em
princípio, o pai relutou, ele insistiu, insistiu e venceu pelo
cansaço.
¾
Amanhã, você vai comigo, vou vender cavalos e tachos na cidade.
Mirko dormiu cheio de curiosidade e ansioso. No dia seguinte,
não pode conversar com o amigo Raio de Luz, contou-lhe estar
preste a conhecer outras pessoas, porque iria ao arraial com o
pai. Pai e filho,
ciganos foram ao
povoado. Avistados pelos moradores da periferia, Mirko teve o
primeiro susto: o pessoal parecia evitá-los, os encaravam com
nojo e raiva, mulher gritou:
-
Prendam as galinhas!
Seu pai, humilde,
cumprimentava transeuntes, na maioria das vezes, sequer lhe
retribuíam.
- Pai, por que as pessoas não gostam de
nós? Meu filho, isto é problema de mil anos e mil anos mais.
Somos párias, escorraçados dos lugares do mundo. Meus pais e os
pais de meus pais contam a lenda de que nos perseguem porque
roubamos um dos cravos da crucificação.
- Conta pra mim esta história...
- Talvez, um dia... nada explica por que
nos rejeitam. Chamam-nos ladrões, trapaceiros e nos culpam por
crimes. Dizem que roubamos criancinhas... É mentira, mas o quê
fazer? Nossa sina andar e andar, porque não nos dão trégua. Se
há crime e por perto há cigano, é considerado ‘culpado’. Filho,
somos independentes, ordeiros, pacíficos e adoramos nossa
liberdade, parecem ter inveja de nós.
- Fora vagabundos!
¾ Gritou a mulher. -
Fora!
Jogou-lhes pedra, por sorte, não os atingiram. E os ciganos
caminhavam, rua acima. Vez por outra, o pai de Mirko oferecia
vasilhames, ou cavalos que trazia pelas rédeas. Quando passaram
por construção maior escutaram a algazarra das crianças da
escola. Olharam para elas pouco interessados, foram vistos.
Estudantes correram para eles, sendo contidos pela cerca.
- Ciganos molambentos! Ladrões! Eles
estacaram sabendo serem objetos daquela curiosidade infantil.
Seus olhos negros não demonstravam o receio que sentiam por
dentro. A professora, loura de dezenove anos, aproximou-se e
ralhou com os alunos.
- Parem crianças! Deixem estes pobres em
paz, vão para as salas ou castigarei vocês! Os olhos de Mirko
cruzaram com os de linda menina de cabelos dourados e cacheados.
Tinham mais ou menos a mesma idade. Parados, olho no olho,
mergulharam nas profundezas de seus seres, descobriram-se almas
gêmeas. É momento inesquecível, quando duas almas se fundem sem
saber por quê.
A noite foi diferente para o menino, pois não conseguia esquecer
a lourinha que vira na escola. Sequer participou dos festejos
noturnos sempre alegres, com as ciganas jovens dançando, girando
as saias estampadas, sacudindo pandeiros enfitados, enquanto
jovens ciganos tocavam violinos e guitarras. Alegria cigana é
notável, exceto para Mirko.
Ao amanhecer chegou Raio de Luz disposto a conversar. Seu
amiguinho não queria ouvi-lo, tão distraído, ausente “Que você
tem? devo ir” perguntou Raio de Luz.
- Falaremos amanhã, disse Mirko. Tenho um
pedido a fazer a meu pai, estou me preparando para ouvir o não
que me vai fazer sofrer. “Insista, amigo, fale com meiguice, ele
o ouvirá, tenho certeza. Parto, você está distante”.
O ciganinho saiu da tenda e foi procurar o pai que amestrava
cavalo. Diz o pai, “é seu”, pois notara a chegada silenciosa. Em
outra situação, Mirko daria pulos de alegria, porém, no momento,
tinha pensamento diferente, longe de cavalos.
-
Pai, eu quero estudar! O cigano
estremeceu, paralisou.
- O quê? Isto não é possível, nós,
ciganos, não temos escola, o que precisamos, aprendemos com
nossos velhos.
-
Pai! quero ir... “Ora, meu filho! Eles
são diferentes de nós. Não nos aceitam. Eles criam raízes em um
lugar, vivem e morrem nele; nós viajamos daqui pra ali. De
repente nos ataca vontade louca de caminhar e caminhamos, sem
destino certo. Somos filhos do vento e da estrada, não
tardaremos partir” Pai, ainda assim, enquanto eu ficar aqui vou
à escola. “Está bem, mais tarde vou apresentar seu pedido ao
conselho dos anciãos e aceitarei o que decidirem”. Felizmente,
para o ciganinho, a decisão lhe foi favorável, seu pai levou-o à
cidade para matriculá-lo. Quando chegaram, foram recebidos pela
professora. Ela foi informada de que o filho iria estudar só
enquanto eles não levantassem o acampamento. A moça ficou
surpresa, bondosa, gostava de ensinar.
-
Você quer estudar? Geralmente crianças da sua idade gostam é da
folia! Vai começar pelo abc. Pode deixá-lo comigo, senhor.
Mirko iniciou nova vida.
Infelizmente, mal falava a língua dos não ciganos e foi motivo
de cruéis chacotas. Na hora do recreio, foram para o pátio; logo
os demais alunos souberam que entre eles havia cigano,
rodearam-no, encheram-no de perguntas, beliscaram-no,
empurraram-no e pregaram chicletes no seu cabelo. Fizeram-no
gato e sapato e lhe deram oh, cruel maldade! um pedaço de sabão
que ele, inocente, levou para casa. Os colegas consideravam o
ciganinho indigno de participar na escola e da comunidade. Certa
feita, ele tão acuado foi, que saiu correndo pelo portão, indo
se esconder atrás de uma árvore. Perseguiram-no, ele era meio
selvagem, se refugiou no bosque.
-
Quer
conversar comigo? Perguntou a menina de cabelos dourados, que o
vira se esconder. Então, os dois correram pela planície que se
lhes deparava pela frente, se escondendo, pulando valas, subindo
nas pedras, colhendo ramadas, extasiando-se com o chuá, chuá das
águas do regato, ou retorcendo galhos das árvores. Cansados,
sentaram e riam, enquanto faziam bonecos com a lama apanhada no
córrego. A menina lhe disse chamar Lucy ele disse o dele ser
Mikael ou Mirko! (Cigano adota três nomes: um usado na
comunidade; outro, entre não ciganos e o terceiro, a mãe lhe
sopra no ouvido quando nasce para protegê-lo dos maus
espíritos).
Disse-lhe que tinha
quatorze irmãos e, diante do espanto da menina, informou-lhe de
que todas as famílias eram grandes. Mirko colheu flor e
prendeu-a nos cabelos de Lucy. Disse-lhe brincando: parece
‘romi’ (ciganinha).
Passaram tempos. Ele
continuou a frequentar regularmente a escola. O aprendizado era
lento, nem se importava, tinha Lucy era o bastante. Ela o levou
a casa, apresentou-o aos pais que, a princípio, deram ar de
desgosto. Logo viram que o menino era inofensivo e permitiram a
continuidade da amizade. Mirko ensinava Lucy sobre a vida no
campo ao ar livre, ela lhe ensinava o a vida na cidade.
-
Pai
pediu ela, posso ir ao acampamento dos ciganos?
-
Nem pensar! ralhou a
mãe.
– Mamãe, meu amigo mora
lá e não é perigoso, ele me convidou...
-
Afaste-se daquele
menino!”
Mirko foi proibido de
voltar à casa de Lucy. “Não tinha importância”, pensou,
“continuariam a se falar na escola”. Lindo, aquele par. Ele,
moreno, magro, alto e com sorriso permanente. Olhos tristes, ora
ofuscantes, ora opacos, cabelos esvoaçantes
ao fraco vento. Usava cordão de ouro e brinco na orelha
esquerda. Ela, loura, onde raios de sol iam beijar e deslizar em
cascatas, olhos garços. Um dentinho, torto, lhe dava charme
invencível; diferentes quanto ao físico, iguais quanto à
sensibilidade.
-
Vou te
ensinar palavras da nossa língua; meu pai diz ser o romani.
Nosso Deus e o seu é o mesmo, nós falamos ‘Devel’; festa de
casamento é ‘abieu’;’
beng’ é o diabo; ‘bibaxt’ é
azar; ‘braxt’ é sorte; ‘chuquel’
é cachorro; ‘daj’ é nossa mãe;
‘dicrô’ é lenço; ‘grast’ é
cavalo. Mirko viu um cavalo e correu a ele.
-
Nós
amamos cavalos, são eternos companheiros. Gostamos também de
vacas e cachorros. Somos avessos a ratos porque são impuros.
Comemos ouriço. Vamos voltar? Estão nos chamando. E eles sempre
trocando ideias. Lucy tinha insaciável curiosidade sobre
costumes do povo cigano. Aos poucos aprendia sobre injustiça,
mal-entendidos, maledicências que fizeram contra esse povo ao
longo dos séculos.
-
Amamos
as crianças, elas são motivos de cuidado. O bebê é especial,
pois, traz muita esperança. O bebê significa continuidade e
fortalecimento do nosso povo. Quando nossa mãe vai dar à luz,
fica isolada por quinze dias, até se purificar, numa tenda
especial. E, quando morre alguém, há tristeza e choro, é o
‘janhar-nípen’. O morto é retirado da tenda, lavado e envolto em
toalha limpíssima. Tampam-lhe o nariz e boca para que o espírito
não volte e torne-se ‘mulô’,
fantasma. Três dias depois da morte fazemos festa, a
‘pomána’, onde comemos e bebemos de tudo que o morto mais gostava. Uma
cadeira fica livre, pois acreditamos que ele comparecerá, em espírito. Depois,
restos de bebida e comida são postos na cova ou jogados fora. E
seus pertences são queimados. O casamento é bonito. Somos
prometidos um ao outro, pelos nossos pais, desde crianças. O
noivo ‘compra' a noiva, de brincadeira. Temos, também, a
cerimônia da jarra de barro: Os noivos bebem vinho nela; o
‘barô’, o chefe, joga-a ao chão e diz: “Quando estes pedaços se
juntarem, será o fim do amor”. O amor será eterno. “Lucy bate
palmas. Quando me casar, vou querer casamento cigano”.
Não há bem que sempre
dure... Um dia Lucy faltou à aula, no dia seguinte, também, no
outro e no outro. Mirko se encheu de coragem e perguntou à
professora pela menina Lucy. Ela lhe disse que estava doente.
Nada poderia impedir que Mirko fosse visitá-la e assim o fez.
Foi repelido na porta. “Saia você não é bem-vindo aqui! Você é
sujo!” Descontrolado, talvez se julgando culpado pela doença.
Mirko fingiu obedecer. Deu volta em torno da casa, pulou a
janela do quarto de Lucy, aproximou-se da cama, ela cochilava.
Segurou-lhe a mão e apertou docemente. Lucy delirava, balbuciava
palavras incoerentes. Eis que a porta do quarto se abriu, Mirko
se escondeu. Adentraram os pais da menina acompanhados por
senhor portando maleta: um médico, na certa. Pelo sacudir da
cabeça do doutor o caso era preocupante. “Febre alta demais” Ao
fechar a porta. Mirko saltou a janela, correu ao acampamento.
-
Mamãe,
o que cura febre? “Elixir de serpente. Por que você quer saber?”
Minha amiga na escola está doentinha. Você vai dar nosso remédio
para a chey (moça)? Ele deitou, fingiu dormir. Madrugada,
levantou-se pé ante pé e pegou o vidro na bolsa da mãe, o elixir
contra febre, feito de pó misterioso: menta, camomila, tília,
cabeça de cobra (diziam), em infusão. Saiu
correndo, entrou pela janela, como sempre e despejou três gotas
nos lábios de Lucy. Ela estremeceu. Mirko ficou atento a
qualquer reação. A doentinha entrou numa espécie de sonolência.
O pai da menina tentou expulsar Mirko. Diante da pertinaz
resistência, decidiu ir ao acampamento cigano, pois não queria
complicações. “E se o garoto pegar a doença...”
Os ciganos buscaram
Mirko à força e decidiram partir no dia seguinte. À noite, ele
fingiu deitar cedo, enquanto ouvia o som das tendas sendo
desarmadas. Rastejando, passou por abertura e desapareceu no
mato, tendo por testemunha o vento sobre as folhas das
palmeiras. De madrugada, já estava ao lado de Lucy. Aprendera
abrir a janela e entrar sorrateiro. À luz do dia, grande
surpresa: os ciganos estavam do lado de fora em algazarra,
tentando chamar a atenção do pessoal da casa. Era a barulheira
terrível e ninguém se entendia. Por fim, os envolvidos
resolveram dialogar.
- Seu filho está aqui,
sim! disse o pai de Lucy, é impossível tirá-lo do quarto, por
mim pode levá-lo, ele prefere morrer, nunca vi nada igual,
tamanha determinação e dedicação! “Ficaremos aqui, nós ciganos
jamais abandonamos os filhos e os velhos!” Entraram em acordo:
Os ciganos permaneceriam à curta distância da casa e o pai de
Mirko poderia entrar e conversar com ele quando quisesse. O
ciganinho à noite podia ministrar as gotas supostas milagrosas.
Era tudo que ele queria.
”Oi!” Era voz conhecida
que há tempos sumira. Raio de Luz adentrara pela cortina aberta.
— Você aqui, bom amigo! Aos olhos de Mirko voltaram o brilho
misterioso. “Demorei porque queria lhe dar tempo para cuidar de
sua amiga, creio que ela está melhorando. Suas faces estão
rosadas, a febre baixou! Sim, ela vai melhorar e você deve pagar
por isso... Ficou tempos com ela, a doença pega...”
-
Vou
ficar doente também? perguntou Mirko. Ele sentia-se fraco,
febril, com muita dor de cabeça e a nuca enrijecida. Não se
preocupou com ele próprio porque a amiga merecia toda a atenção.
Sacrificava-se por ela.
E por quinzena, ciganos do lado de fora, sem arredar o pé, ficaram
esperando, esperando... Todos os dias, Raio de Luz aparecia no
quarto, visitando o amigo. Mirko que definhava. “Você está
fraco, tome do remédio milagroso, aconselhou Raio de Luz.”
-
Dei
tudo para minha Lucy.
Choradeira e gritos
histéricos entre ciganos. O pai de Mirko impôs silêncio. O
cortejo de cigano saiu da cidade levando o doente. Pararam no
acampamento provisório. Ciganos de pé, em semicírculo,
esperando... Ao primeiro clarão, Raio de Luz pôs-se a brilhar na
face de Mirko. Miríades de estrelinhas desprenderam do corpo
exangue. Ele, agora, era pura energia. O curandeiro, sensível
como quê, bradou: “Tavelertô!
(Vai com Deus!)”. O menino sorria. Não teria mais fome,
tristeza, dor, nem sofreria preconceitos; estava livre, leve...
Mirko/Mikael voou veloz, feliz e faceiro para cavalgar a
nebulosa da Cabeça de Cavalo.
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