Em 1941 aos 14 anos de idade, fui ver o
filme "Carga da Brigada Ligeira" com Errol Flynn e Olívia de
Havilland, produção épica da Warner Bros.
O filme conta a história da Guerra da Crimeia durante a
batalha de Balaclava, uma carnificina em preto e branco na tela
do Cine Brasil. O enredo se passa em 1854 - 1856 e narra o
choque bélico entre o Império Russo contra a coligação
anglo-franco-otomana dizimada pelos russos.
Agora em 2014, 160 anos depois daquela primeira guerra,
a Rússia invade - outra vez - a Crimeia, hoje província autônoma
da Ucrânia. Os fatos se repetem, diz o ditado.
Atualmente república livre da antiga União Soviética, a
Ucrânia demitiu seu presidente Viktor Yanukovich pró Rússia.
Estabeleceu um novo governo, solicitou e lhe foi deferido o
pedido para integrar-se à União Européia, passando a sua moeda a
ser o Euro. A Rússia não gostou.
Na verdade, a Crimeia é um antigo quisto russo no Mar
Negro, tendo estreita fronteira terrestre com a Ucrânia.
Tolice dos ucranianos, insistir em manter a Crimeia na condição
de sua província autônoma. A Ucrânia acaba de obter duas
memoráveis vitórias: um novo e legítimo governo e a sua inclusão
na UE – União Européia.
Portanto, de acordo com a matemática dos fatos, a
Ucrânia deveria retirar seus conterrâneos da Crimeia e entregar
a província à Rússia. O presidente Putin já disse que aceita a
anexação.
Do contrário, vamos ter uma nova guerra com reflexos
mundiais, enormes prejuízos para a Ucrânia e a perda de seu
sonho: integrar-se à União Européia. Aliás, é isso que a Rússia
deseja. A Crimeia volta a ser o bode expiatório...
|